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Metrô nega ligação entre gerente de obra e empreiteira
Companhia afirma que funcionário acusado foi absolvido na ação penal e que a ação civil ainda não foi julgada
Réus citados na ação promovida pelo Ministério Público e que tramita desde 92 descartam ilegalidades nos procedimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Os acusados na ação civil pública do Ministério Público Estadual negam, no processo, ter
cometido ilegalidades ou ter
participado de esquema para
um suposto enriquecimento do
ex-presidente do Metrô Antonio Sergio Fernandes.
O Metrô foi questionado pela
reportagem se considerava
isenta a participação de Marco
Antonio Buoncompagno, gerente de construção da linha 4,
no comando de uma obra que
tem a participação da construtora Andrade Gutierrez, com
quem ele é acusado, pelo Ministério Público Estadual, de
ter tido vínculos irregulares e
de ter sido favorecido por ela.
Respondeu que, "no âmbito
penal", ele "foi absolvido" e que
"a ação civil ainda não foi julgada". A companhia também afirmou não haver "nenhuma ligação do engenheiro com a Andrade Gutierrez".
Questionada pela Folha sobre se concordava com a ilegalidade do aditivo contratual firmado pelo Metrô no começo
dos anos 90 com a Andrade
Gutierrez e da subcontratação
da Engemab, a assessoria do
Metrô respondeu: "O Metrô
não concorda nem discorda".
A companhia estadual também disse que "não cabe à atual
administração do Metrô emitir
opinião" sobre as irregularidades acusadas pela Promotoria
em relação ao ex-presidente
Antonio Sergio Fernandes.
A Folha também solicitou
entrevista com Luiz Carlos
Frayze David, presidente do
Metrô, sobre esse tema, mas
ela não foi concedida.
Nota oficial
A construtora Andrade Gutierrez, integrante do Consórcio Via Amarela, foi questionada sobre as acusações, mas se limitou a emitir uma nota, pela
assessoria de imprensa.
No comunicado, diz que
"confirma que, de fato, foi citada na ação civil pública e que
apresentou sua defesa de forma
cabal". Acrescenta que a ação
"encontra-se em curso e, em
respeito à Justiça, a construtora não se manifestará".
A Mendes Jr. diz, pela assessoria, que os contratos firmados pelo Metrô foram legais.
O Consórcio Via Amarela informou que desconhece a Engemab, que nunca teve relação
com a empresa e que sua relação com Buoncompagno é limitada à atividade dele de funcionário do Metrô paulista.
O ex-presidente do Metrô
Antonio Sergio Fernandes foi
procurado desde quinta-feira
nos telefones que constam em
nome dele e da mulher, mas
não foi localizado. Na tarde de
sexta-feira, ao descobrir os
contatos de seus advogados de
defesa, a Folha os contatou e
deixou recados no escritório,
mas não obteve resposta.
Na ação, ele nega com veemência a acusação de enriquecimento ilícito, bem como descarta ter cometido ilegalidades.
A defesa de Fernandes diz que
"a simples existência de negócios particulares entre dirigentes do Metrô e um sócio da Engemab não autoriza as suposições" feitas pela Promotoria.
Jurandir Fernandes, ex-secretário dos Transportes Metropolitanos do governo Alckmin, pasta responsável pelo
Metrô, foi contatado no celular
desde quinta, mas não respondeu aos recados.
Ação arquivada
Buoncompagno chegou a ser
condenado à prisão em ação
penal em que foi acusado de
corrupção ativa pelo suposto
esquema envolvendo construtoras e dirigentes do Metrô,
mas recorreu, foi absolvido, e a
ação, arquivada.
Em contato na última semana, Buoncompagno disse à Folha não se lembrar dessa decisão.
(AI)
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