São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Tráfico queima 3 ônibus em reação à polícia no Rio

Quatro supostos criminosos foram mortos; gari levou tiro

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Traficantes de três favelas na zona norte do Rio reagiram a duas operações da polícia incendiando três ônibus e exibindo armas ostensivamente na entrada de um dos morros. Quatro supostos criminosos foram mortos -três na favela da Mangueira e um no morro dos Macacos. Cinco pessoas foram presas, e um menor de 18 anos foi apreendido.
Um gari levou um tiro na perna durante o confronto na Mangueira. Outras duas pessoas ficaram levemente machucadas ao sair de um dos ônibus incendiados.
Na Mangueira, cerca de 80 policiais civis foram recebidos a tiros, por volta das 8h30. Após o início da operação, dois ônibus foram incendiados. "Sempre que fazemos operação aqui, os traficantes tocam fogo em um ônibus do outro lado [do morro] para tentar desviar a atenção dos policiais para o entorno [da favela]", disse o delegado Marcus Vinícius Braga.
Logo após o fim da incursão, outro ônibus foi incendiado na Tijuca, em retaliação à morte de Leandro Monteiro Reis, o Pit Bull, apontado como chefe do tráfico na Mangueira.
Irmã de Wilton de Brito Soares, 20, um dos três mortos na Mangueira, Suelen Soares afirmou que ele não era traficante. "Ele estava saindo de um beco para ir encontrar a minha tia. A polícia pensa que, na favela, todo preto alto é traficante."
Dois batalhões da Polícia Militar fizeram uma operação nos morros dos Macacos e do São João, favelas vizinhas na zona norte onde a venda de drogas é controlada por facções rivais.
Apesar da operação, traficantes não deixaram de exibir pistolas na entrada do morro dos Macacos. Um homem foi morto na favela, supostamente em confronto com a polícia. Um homem foi preso, e um adolescente, uma pistola e drogas haviam sido apreendidos.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que os ataques a ônibus são retaliação de traficantes à ação da polícia. "Temos de agir logo sob pena de que o prejuízo seja muito maior do que dois ou três ônibus queimados."


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