São Paulo, sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

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Resgate de brasileiros deve ser concluído hoje

Ontem, 170 turistas foram resgatados em Águas Calientes, cidade próxima a Machu Picchu (Peru); ainda faltam cerca de cem

O governo peruano espera retirar todos os turistas da região (cerca de 1.200) nos próximos dois dias se o tempo se mantiver estável

JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de brasileiros resgatados ontem de Águas Calientes, no Peru, passou de 170. Cerca de 100 outros turistas brasileiros ainda esperam por um resgate hoje, segundo o vice-cônsul brasileiro na cidade, João Gilberto.
O total de brasileiros cercados na cidade era de 278 ontem, antes do reinício do resgate pelo governo peruano. Outros 30 haviam deixado a região nos dias anteriores.
Situado na base das montanhas de Machu Picchu, o povoado de Águas Calientes ficou isolado depois que a única estrada de acesso foi parcialmente destruída por causa dos deslizamentos de terra provocados pela forte chuva.
Uma estimativa anteontem apontava a presença de até 180 brasileiros no local. O número aumentou após a chegada dos que faziam a trilha Inca (entre Cusco e Águas Calientes).
O governo peruano espera retirar todos os turistas da região (cerca de 1.200) nos próximos dois dias se o tempo se mantiver estável como ontem, de acordo com Robert Hutchins, adido de turismo da Embaixada do Peru em Brasília.
A embaixada brasileira espera que o resgate seja encerrado hoje. Mas a maior parte dos brasileiros terá de esperar até os últimos embarques, pois são jovens entre 18 e 25 anos, e o embarque prioritário é de doentes, idosos e crianças.
É o caso do estudante Diego Gutierrez, 19, que chegou de Machu Picchu a Águas Calientes ontem para tentar, sem sucesso, vaga em um helicóptero.
De acordo com ele, a situação na cidade está controlada. O governo peruano tem distribuído comida, e a embaixada brasileira está dando o equivalente a US$ 7 para cada turista.
"As pessoas estão se ajudando, os hotéis e restaurantes têm dado desconto para os turistas. Eu, por exemplo, não estou pagando estadia", conta.
Ontem, quando os voos foram encerrados, às 16h locais, não havia nenhum brasileiro com mais de 30 anos, segundo a Embaixada do Brasil no Peru.
A situação agora é mais tranquila. Depois de dormirem noites ao relento, cerca de 70 brasileiros foram alojados pelo governo em pousadas e albergues. Há outros em vagões de trem.
"Nenhum brasileiro passou a noite ao relento [anteontem]. As pessoas estão comendo, muitas comendo chocolate", disse o diplomata Helio Franchini Neto, de Lima.
Não há registro de brasileiros doentes, mas há informação de que algumas pessoas passaram mal, com diarreias e viroses.
O país tentou negociar o envio de helicópteros brasileiros, mas não obteve autorização do governo do Peru. Ainda não está descartado mandar um avião da FAB para buscar os brasileiros que já estão em Cusco.


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