|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mulheres temem sair à noite
da Agência Folha, em Recife
O temor causado pela violência
tem alterado a rotina das pessoas
em Recife (PE) -sobretudo das
mulheres e de quem costuma sair
com frequência à noite.
Tatiana Portela, uma das coordenadoras do movimento "Vida
Livre", por exemplo, afirma que,
agora, ao retornar para casa à noite, procura fazê-lo no horário do
rush, quando há mais automóveis
circulando.
"Com poucos carros na pista,
existe mais possibilidade de você
ser atacada", disse ela.
A publicitária Luíza Gomes, solteira, evita sair de casa à noite.
Quando vai a um bar ou a um restaurante, procura dormir na casa
de colegas que morem perto.
Brigitte Ferreira hoje caminha
500 metros a mais do que antes para chegar a sua casa, em Olinda,
porque sofreu uma tentativa de assalto no "atalho" -uma rua escura que costumava utilizar.
"A questão é que não existe um
local, nem mesmo uma postura,
que garanta a segurança de ninguém", disse Tatiana.
A empresária Marta Helena e a
socióloga Maristela Medrado, assassinadas no último dia 12, estavam em um automóvel, no centro
de Recife. Não estavam paradas no
sinal e mesmo assim foram atacadas -os acusados por suas mortes
estavam em outro carro.
O temor de ser vítima de violência é também compartilhado por
homens. Luiz Carlos Fonseca, 28,
que tem um automóvel Vectra 98,
quando sai para festas ou shows
utiliza o Fiat Uno do irmão.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|