São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

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Mulheres temem sair à noite

da Agência Folha, em Recife

O temor causado pela violência tem alterado a rotina das pessoas em Recife (PE) -sobretudo das mulheres e de quem costuma sair com frequência à noite.
Tatiana Portela, uma das coordenadoras do movimento "Vida Livre", por exemplo, afirma que, agora, ao retornar para casa à noite, procura fazê-lo no horário do rush, quando há mais automóveis circulando.
"Com poucos carros na pista, existe mais possibilidade de você ser atacada", disse ela.
A publicitária Luíza Gomes, solteira, evita sair de casa à noite. Quando vai a um bar ou a um restaurante, procura dormir na casa de colegas que morem perto.
Brigitte Ferreira hoje caminha 500 metros a mais do que antes para chegar a sua casa, em Olinda, porque sofreu uma tentativa de assalto no "atalho" -uma rua escura que costumava utilizar.
"A questão é que não existe um local, nem mesmo uma postura, que garanta a segurança de ninguém", disse Tatiana.
A empresária Marta Helena e a socióloga Maristela Medrado, assassinadas no último dia 12, estavam em um automóvel, no centro de Recife. Não estavam paradas no sinal e mesmo assim foram atacadas -os acusados por suas mortes estavam em outro carro.
O temor de ser vítima de violência é também compartilhado por homens. Luiz Carlos Fonseca, 28, que tem um automóvel Vectra 98, quando sai para festas ou shows utiliza o Fiat Uno do irmão.



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