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GOLPE EM AL
Farsa incluiu até enterro, após simulação de assassinato
Fazendeiro forja morte para
receber seguro de R$ 540 mil
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
O fazendeiro alagoano Radjalma
Tenório Cavalcante, 38, forjou a
própria morte na semana passada,
segundo seus parentes. Para receber um seguro de vida de R$ 540
mil -que livraria o fazendeiro da
falência pessoal-, ele montou a
cena de seu assassinato, de acordo
com a polícia.
O "dublê" de Cavalcante foi enterrado na quarta-feira passada em
Viçosa, cidade da zona da mata
alagoana. O corpo que ocupou o
seu lugar foi encontrado carbonizado dentro de um carro incendiado na AL-101 Sul, a 40 quilômetros
de Maceió.
Com a dificuldade para fazer a
identificação, os restos do sapato e
do telefone celular, assim como o
relógio do fazendeiro, achado no
pulso da vítima, bastaram para
confundir as autoridades locais.
O fazendeiro pensou em detalhes
do próprio assassinato, mas se esqueceu da dor da família. Tanto
que se arrependeu e telefonou para
avisar os parentes que estava vivo,
quatro dias depois.
Como era uma pessoa de família
tradicional de Viçosa, os amigos
fizeram camiseta em homenagem
a Cavalcante com os dizeres "A
amizade não se apaga". A família
imprimiu "santinhos" convocando para a missa de 7º dia, que não
foi realizada ontem.
O delegado José Lima, responsável pelo inquérito, pediu ontem a
exumação do corpo enterrado. Ele
investiga a possibilidade do corpo
enterrado ser de um vaqueiro de
Cavalcante, identificado apenas
como Jô. "Se o corpo for mesmo
de um ser humano, o que ainda carece de confirmação, teremos que
apurar as circunstâncias em que se
deu a morte", disse o delegado.
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