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Poluentes agravam problema de saúde
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre os efeitos da inalação
constante de ar poluído estão o
agravamento, principalmente em
idosos e crianças, de doenças respiratórias e cardiovasculares; o
aumento do número de internações por esse tipo de problema e
de inalações; o aumento no índice
de mortalidade entre pessoas acima de 65 anos; uma pequena elevação da mortalidade intra-uterina; e a redução do peso de recém-nascidos, segundo Helena Ribeiro, professora da Faculdade de
Saúde Pública da USP, e Nelson
Gouveia, da Faculdade de Medicina da mesma universidade.
A própria Cetesb (agência ambiental paulista) diz que ultrapassagens do padrão na concentração de poluentes costumam agravar sintomas em pessoas suscetíveis e causar irritação na população sadia. Acima do nível de atenção, registram-se decréscimo da
resistência física e significativo
agravamento dos sintomas de
doenças preexistentes e sintomas
gerais nas pessoas saudáveis.
Os efeitos negativos são geralmente produto do coquetel de poluentes, diz Helena Ribeiro. O
mais comum, diz, é que o organismo de quem inala um ar poluído
tenha de trabalhar mais rápido
para fazer as trocas gasosas, o que
implica sobrecarga ao coração.
Os benefícios de um ar mais
limpo já foram colocados na ponta do lápis. Segundo estudo de
pesquisadores de São Paulo, Cidade do México, Santiago (Chile)
e Nova York (EUA), a redução de
10% na poluição por O3 e por partículas inaláveis até 2020 seria responsável, só na capital paulista,
por menos cerca de 700 mortes de
crianças até um ano, 89 mil visitas
de crianças a médicos, 17,6 mil admissões hospitalares, quase 100
mil entradas em prontos-socorros por problemas respiratórios,
916 mil ataques de asma e quase
37 mil de bronquite aguda.
Isso além do ganho de cerca de
2,3 milhões de dias de trabalho.
"Queremos agora calcular o
custo da poluição porque a linguagem do dinheiro é mais compreensível pelos tomadores de decisão", diz Nelson Gouveia, que
representou a USP na pesquisa.
Segundo ele, a estimativa de
10% foi baseada no ganho conseguido por Santiago com medidas
como racionalização do transporte coletivo.
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