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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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PI pode abrigar "sócio" de traficante

ADRIANA CHAVES
JAIRO MARQUES

DA AGÊNCIA FOLHA

Além do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, o presídio federal de segurança máxima de Teresina deverá receber o empresário e fazendeiro Leonardo Dias Mendonça, acusado pela polícia de chefiar a principal quadrilha de narcotraficantes do país.
Os dois seriam sócios no esquema de compra e distribuição de drogas e armas, com ligações com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O anúncio da transferência de Mendonça e de outras 22 pessoas presas em Goiás desde janeiro -quando a Polícia Federal realizou a chamada Operação Diamante, uma investigação sobre o suposto envolvimento de juízes e desembargadores em um esquema de venda de habeas corpus- foi feito ontem pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, durante reunião dos presidentes das seccionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Goiânia.
Bastos não explicou se haveria esquema especial para separar Beira-Mar e Mendonça, afirmando não ter "noção da função hierárquica entre eles". "Não sou carcereiro deles, de modo que não tenho essa noção sobre encarceramento", disse. Segundo o secretário da Segurança de Goiás, Jônathas Silva, a transferência já foi oficializada.
Os cinco procuradores do Ministério Público Federal do Piauí protocolaram ontem na Justiça Federal, em Teresina, ação civil pública contra o Estado e a União para tentar impedir a federalização da penitenciária Irmão Guido, que deverá receber Beira-Mar em 40 dias. Na ação, foi incluído um pedido de liminar para que o processo de transferência do presídio para o governo federal seja paralisado imediatamente.
Para os procuradores, não houve aprovação do projeto pela Assembléia Legislativa do Estado, o presídio estaria localizado dentro da área urbana e a cerca de 5 km de um conjunto residencial com 12 mil habitantes, a obra estaria sendo investigada em um processo de superfaturamento em sua construção e o local escolhido pela União para ter um presídio federal não estaria em um grande centro urbano, como São Paulo e Rio de Janeiro, ou em uma região de fronteira, o que contrariaria o plano de segurança do próprio governo federal.


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