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PI pode abrigar "sócio" de traficante
ADRIANA CHAVES
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Além do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, o presídio federal de segurança máxima de Teresina deverá receber o empresário e fazendeiro Leonardo Dias Mendonça,
acusado pela polícia de chefiar a
principal quadrilha de narcotraficantes do país.
Os dois seriam sócios no esquema de compra e distribuição de
drogas e armas, com ligações com
as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
O anúncio da transferência de
Mendonça e de outras 22 pessoas
presas em Goiás desde janeiro
-quando a Polícia Federal realizou a chamada Operação Diamante, uma investigação sobre o
suposto envolvimento de juízes e
desembargadores em um esquema de venda de habeas corpus-
foi feito ontem pelo ministro da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos,
durante reunião dos presidentes
das seccionais da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), em
Goiânia.
Bastos não explicou se haveria
esquema especial para separar
Beira-Mar e Mendonça, afirmando não ter "noção da função hierárquica entre eles". "Não sou
carcereiro deles, de modo que não
tenho essa noção sobre encarceramento", disse. Segundo o secretário da Segurança de Goiás, Jônathas Silva, a transferência já foi
oficializada.
Os cinco procuradores do Ministério Público Federal do Piauí
protocolaram ontem na Justiça
Federal, em Teresina, ação civil
pública contra o Estado e a União
para tentar impedir a federalização da penitenciária Irmão Guido, que deverá receber Beira-Mar
em 40 dias. Na ação, foi incluído
um pedido de liminar para que o
processo de transferência do presídio para o governo federal seja
paralisado imediatamente.
Para os procuradores, não houve aprovação do projeto pela Assembléia Legislativa do Estado, o
presídio estaria localizado dentro
da área urbana e a cerca de 5 km
de um conjunto residencial com
12 mil habitantes, a obra estaria
sendo investigada em um processo de superfaturamento em sua
construção e o local escolhido pela União para ter um presídio federal não estaria em um grande
centro urbano, como São Paulo e
Rio de Janeiro, ou em uma região
de fronteira, o que contrariaria o
plano de segurança do próprio
governo federal.
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