Testes não foram concluídos como previsto, e passageiro terá que esperar

DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro trecho da linha 4-amarela do metrô, entre as estações Faria Lima e Paulista, não deverá mais ser aberto à população nesta semana, quando é prevista a saída do governador José Serra (PSDB) para concorrer à Presidência.
A inauguração era esperada pelo Estado para até a próxima quarta-feira, mas, segundo técnicos do Metrô e da Via Quatro (que vai gerenciar a primeira linha sob concessão privada), os testes de trens não foram concluídos e não há condições para um funcionamento seguro.
O Metrô diz que não há nenhuma data prevista para iniciar a operação -e não comenta a possibilidade de entrega do trecho nos próximos dias.
Segundo técnicos ouvidos pela Folha, a nova expectativa é que seja na segunda quinzena de abril, embora tanto concessionária como Estado evitem estabelecer um novo prazo.
A linha 4, que no ano que vem terá 12 km e vai ligar as estações Luz e Vila Sônia, é considerada a principal obra do sistema sobre trilhos a ser parcialmente entregue neste ano.
Para atenuar a frustração de não concluir a linha antes de sair do cargo, Serra deve fazer hoje uma visita à obra e andar em um dos trens em testes.
Técnicos relataram, entre as pendências para que a linha 4 seja aberta ao público, a falta de sincronia na abertura e fechamento das portas nas plataformas e de confiabilidade para garantir a operação do trem sem condutor, tecnologia até então inédita em São Paulo.
O Metrô divulgava a previsão de abrir as estações Faria Lima e Paulista -num trecho de 3,6 km, que ligará duas das principais avenidas da capital paulista- até a conclusão deste mês.
Nos últimos dias, porém, a companhia passou a evitar a divulgação de prazo e a dizer que a entrega dependeria de "rigorosos protocolos de testes".
"Esse procedimento [série de testes] garante a segurança dos usuários e da operação e apenas quando os padrões de segurança e eficiência exigidos pelo Metrô de São Paulo forem atingidos é que as estação serão entregues", diz a empresa.
Ontem, Serra citou "uma certa frustração" porque não estará no cargo nos próximos meses para entregar outras obras do setor neste ano e disse que seu vice, Alberto Goldman, que vai assumir em seu lugar, é "um sortudo". (ALENCAR IZIDORO e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)


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