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ADMINISTRAÇÃO
São Paulo será dividida em 11 setores explorados por empresas e prevê a criação de até 110 novas linhas
Prefeitura define critérios para microônibus
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
da Reportagem Local
A prefeitura já definiu os critérios para a abertura da concorrência pública para a exploração do
serviço de microônibus em São
Paulo. A cidade será dividida em
11 setores, e uma mesma empresa
ou consórcio poderá controlar
mais de uma região.
Também o centro expandido -
região delimitada pelas marginais
Tietê e Pinheiros e por avenidas
como Tancredo Neves, Bandeirantes e Salim Farah Maluf- será
incluído na licitação.
Cada setor deverá ter até dez linhas de microônibus. As tarifas
poderão ter preço diferenciado em
cada região.
Segundo estudos da Secretaria
dos Transportes e da SPTrans
(empresa gerenciadora do transporte na cidade), o preço médio da
passagem nos microônibus deve
ficar em torno de R$ 1,50.
Porém, cada empresa participante da concorrência poderá
propor o seu preço, de acordo
com o custo previsto em cada setor, que será levado em conta na
escolha dos vencedores. Não haverá preço mínimo, mas um teto poderá ser definido.
A intenção da prefeitura é iniciar
a operação dos microônibus ainda
no primeiro semestre de 98.
"Estamos concluindo detalhes
na esfera jurídica para garantir
uma licitação democrática", afirma o gerente de planejamento da
SPTrans, Alberto Lauletta.
Apesar de garantir que a concorrência será aberta para qualquer
empresa ou até mesmo para cooperativas de trabalhadores que se
formarem especificamente para a
exploração dos microônibus, a
SPtrans reconhece que a experiência dos atuais empresários do setor deve pesar na disputa.
"A única coisa que vamos exigir
é um serviço diferenciado, com ar
condicionado, poltronas rodoviárias e flexibilização de itinerários",
diz Lauletta.
Desde a gestão de Paulo Maluf
(1993-96) há estudos para a introdução do sistema de microônibus
na cidade. A proposta ganhou força no ano passado, com a ocorrência de greves de ônibus e a boa
aceitação das peruas de lotação fazendo percursos alternativos.
Mas taxistas e donos de empresas de ônibus se mobilizaram contra as lotações e conseguiram
aprovar na Câmara Municipal
uma lei que limitava o serviço aos
2.700 perueiros já legalizados.
O que selou o interesse dos empresários do setor de transportes
para a criação de um sistema alternativo como os microônibus foi a
constatação de que as lotações teriam "roubado" mais de 10 milhões de passageiros por mês.
A prefeitura começou então a
avaliar a introdução de um sistema com linhas expressas, que pudesse unir a agilidade das lotações
ao modelo já adotado em São Paulo, com prioridade aos ônibus.
A demora para a adoção ocorreu
porque as empresas passaram a
pressionar a prefeitura para que
elas pudessem introduzir os microônibus segundo o contrato
atual -em que o município assume todos os riscos e subsidia o sistema para encobrir a diferença entre os custos e o valor da tarifa.
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