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SAÚDE
Medicamentos têm efeito semelhante ao do Viagra e prometem tempo de ação maior do que o do líder do mercado
Combate à impotência tem 2 novas drogas
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM DA LOCAL
Dois novos comprimidos capazes de afastar o fantasma da impotência estão chegando às farmácias na próxima segunda-feira.
Um deles é o Cialis (tadalafil), do
laboratório Eli Lilly, comprimido
de cor bege que foi lançado ontem. O Cialis chega com a promessa de agir por até 36 horas, ou
um final de semana inteiro.
A outra droga é o Levitra (vardenafil), dos laboratórios Bayer e
GlaxoSmithKline, de cor alaranjada, e que será anunciada hoje em
uma coletiva no interior de um
motel. O Levitra promete uma
ereção dez vezes mais potente que
a de seus concorrentes.
Até agora, reinou praticamente
sozinho o Viagra, o losango azul
do laboratório Pfizer que virou sinônimo de comprimido para impotência em todo o mundo. A seu
favor, tem a vantagem de já ter sido usado por 22 milhões de pessoas desde que foi lançado como a
primeira droga oral, em 1998.
A notícia dos novos concorrentes é animadora tanto para os laboratórios como para os homens
e suas parceiras. Estima-se que,
no Brasil, 12 milhões de homens
sofram de disfunção erétil em algum grau, mas que só 10% desse
universo estaria em tratamento.
As três drogas atuam da mesma
forma: inibem a enzima fosforodiesterase-5. Ao bloqueá-la, os remédios prolongam o efeito do
GMP cíclico, substância que facilita a dilatação das artérias do pênis, permitindo a entrada de mais
sangue e uma ereção mais rígida e
por mais tempo. Os remédios só
agem quando há estímulo sexual.
Para os médicos, a escolha de
um ou outro medicamento vai
depender principalmente do paciente. "As três drogas são seguras
e possuem eficácia semelhante",
disse de Chicago, por telefone, o
urologista Sidney Glina, ex-presidente da Issir (Sociedade Internacional para o Estudo da Sexualidade e da Impotência).
Chicago está sediando o 101º
Congresso Americano de Urologia, e as drogas orais para a disfunção erétil "são um dos principais temas", afirmou. De acordo
com Glina, as drogas têm uma eficácia média de 80%.
"O estilo de vida do paciente é o
que deve pesar na hora de escolha
do medicamento", diz o urologista Adriano Nesrallah, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Dependerá do paciente
querer gastar mais ou menos, desejar ou não efeito prolongado."
Segundo ele, drogas de ação
prolongada podem estender possíveis efeitos colaterais, como a
dor de cabeça. Os médicos lembram que as três drogas devem
ser evitadas por pacientes cardíacos que estejam tomando nitrato.
O preço máximo por comprimido, para as novas drogas, é de
R$ 29. O Viagra custa de R$ 25 a
R$ 38, dependendo da dosagem.
Mercado em crescimento
Os três laboratórios estão confiantes no sucesso de suas drogas.
Valdair Pinto, diretor médico da
Pfizer, diz que o laboratório é o
que mais investe em pesquisa da
disfunção erétil e que mais de mil
estudos independentes já foram
publicados sobre o sildenafil. Para
os diretores do laboratório, o
mercado continuará sendo dominado pelo Viagra.
Claudio Coracini, diretor de
marketing da Eli Lilly, o mercado
de disfunção erétil no ano passado foi de US$ 64 milhões, 90% deles do Viagra. O Uprima, droga
que tem outro mecanismo de
ação, mas menor eficácia, "vem
sendo empregado por menos de
20% dos pacientes", estima Glina.
Coracini avalia que o mercado
da impotência deve crescer 15%
ao ano e que chegará a US$ 250
milhões em cinco anos. "O Cialis
deve ser líder do mercado em
quatro anos", estima o urologista.
"A vantagem é que a pessoa pode
decidir sobre sua atividade sexual
por um tempo muito maior."
A assessoria do Levitra, que será
lançado hoje, diz que o laboratório está apostando na "potência
dez vezes maior" de sua droga e
que espera conquistar 36% do
mercado em três anos.
Colaborou FABIANE LEITE, da Reportagem Local
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