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Sabesp descarta que falha afete qualidade, mas diz que vai investir
Para companhia, má qualidade dos mananciais da Baixada Santista prejudica o tratamento da água
Diretor da empresa diz que
problemas são corrigidos
em 24 horas após serem
detectados; prefeitos da
região não comentam
Jorge Araújo/Folha Imagem
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Morador atravessa ponte sobre o rio Cubatão; para diretor da Sabesp, ocupações na serra do Mar pioraram a qualidade dos mananciais |
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de descartar que falhas no processo de tratamento
possam estar comprometendo
a qualidade da água na Baixada
Santista, a Sabesp vai investir
mais de R$ 500 milhões para
melhorar os sistemas.
"Todos os problemas serão
eliminados", afirma Umberto
Semeghini, diretor de Sistemas
Regionais da empresa, que foi
indicado pela Sabesp para comentar os laudos.
Segundo Semeghini, o problema que prejudica o tratamento da água é causado pela
má qualidade dos mananciais
que abastecem a Baixada Santista. "Eram de excelente qualidade, mas de dez anos para cá,
com o processo de ocupação na
serra [do Mar], a qualidade da
água foi diminuindo", disse.
Quando a água bruta chega à
estação de tratamento com excesso de impurezas, a Sabesp
chega a suspender o tratamento. "Passamos a distribuir a
água dos reservatórios."
Para ele, os problemas apontados nos relatórios são "pontuais" e são corrigidos 24 horas
após serem detectados pelos laboratórios. "Fazemos a recoleta das amostras imediatamente. E as recoletas mostram que
a água está boa", afirma.
Semeghini atribui parte das
inconformidades a falhas no
momento em que ocorrem as
coletas das amostras. "Há falhas [nos procedimentos]", diz
o diretor da estatal.
A diferença da qualidade dos
mananciais, diz Semeghini, é o
que explica a desproporção entre os resultados da análise da
qualidade da água.
"Temos outras fontes no interior. Poços profundos, que
abastecem várias cidades, não
são tão sujeitos a contaminação
como ocorre com as fontes superficiais", afirma.
A companhia já conta com financiamento da CEF (Caixa
Econômica Federal) para reformular o sistema. Com exceção de Santos e São Vicente,
afirma o diretor da estatal, as
cidades têm hoje estações menos eficientes. "Teremos estações de tratamento muito mais
completas", diz.
Serão R$ 280 milhões de investimento em estações. A
construção de uma delas, a
Bambu Branco, deve ser iniciada já em 2008. Somente na estação do Guarujá serão aplicados R$ 60 milhões.
Outro programa vai trocar
cerca de 900 km de redes de
distribuição na Baixada Santista. A atual, com tubulações de
ferro fundido, é considerada
desgastada e precária.
Há casos em que, devido à
corrosão do metal, a água distribuída na região torna-se escura e é necessário esvaziar toda a rede para corrigir o problema, que, no entanto, não tem
nenhum efeito na saúde.
Silêncio dos prefeitos
A Folha pediu entrevistas
com prefeitos da Baixada Santista para que eles comentassem o resultado da análise da
qualidade da água. Nenhum
dos prefeitos contatados por
meio de suas assessorias de imprensa quis falar.
A Prefeitura de Praia Grande, única a responder o questionamento, afirmou que as
análises realizadas pela Secretaria da Saúde da cidade jamais
encontrou problemas na água
distribuída na cidade.
O responsável pela Divisão
de Vigilância Sanitária da secretaria, Luis Carlos Marono,
afirmou que "nenhuma irregularidade foi detectada nas últimas análises e nenhum problema de saúde relacionado à problemas na água foi registrado
no município".
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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