São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2008

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RUDINEI PORTANTIOLO (1954-2008)

O maior diretor de futebol do "Brasil"

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Diz-se lá no estádio Bento Freitas que Rudinei Portantiolo foi o maior diretor de futebol da história do "Brasil" -ao menos, do Grêmio Recreativo Brasil. "Bigode, Brasil roxo dos pés à cabeça", não faltava, à arquibancada ou à sede, para azucrinar o pessoal com piadas e torcer pelo rubro-negro de Pelotas.
No interior de Pelotas, na Colônia Maciel, nasceu e viveu uma infância bucólica. Lembrava andar quilômetros até a escola, no meio do mato. Até se internar em um colégio de padres e seguir o seminário. Foi o pai morrer, e ele ter de ajudar em casa.
Está na carteira de trabalho que começou em um curtume, aprendiz por quatro anos. Daí, foi para uma fábrica de conservas de pêssego e ficou mais vinte anos. Só saiu para ser representante comercial das bebidas Wilson.
No "Brasil", era conhecido não só pela freqüência de arquibancada e reuniões, nas quais as opiniões sobre o time valiam cada vez mais. Em 1994, foi indicado diretor de futebol. Foi ainda vice-presidente e conselheiro.
Havia anos, porém, que se contentava em ir aos jogos -com o segundo dos três filhos e camisa rubro-negra; a dele, GG. "Barrigudinho", com 1,90 m e bigode, que "não tirava por nada", chegava fazendo disputa de piada.
Não perdia. Lei era fazer, todo dia às 18h, o melhor chimarrão, que descia fervendo a goela cansada de rir alto da vida. Na quinta, em casa, não teve tempo de nada. Morreu de infarto, aos 53 anos.


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