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RUDINEI PORTANTIOLO (1954-2008)
O maior diretor de futebol do "Brasil"
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Diz-se lá no estádio Bento
Freitas que Rudinei Portantiolo foi o maior diretor de
futebol da história do "Brasil" -ao menos, do Grêmio
Recreativo Brasil. "Bigode,
Brasil roxo dos pés à cabeça",
não faltava, à arquibancada
ou à sede, para azucrinar o
pessoal com piadas e torcer
pelo rubro-negro de Pelotas.
No interior de Pelotas, na
Colônia Maciel, nasceu e viveu uma infância bucólica.
Lembrava andar quilômetros até a escola, no meio do
mato. Até se internar em um
colégio de padres e seguir o
seminário. Foi o pai morrer,
e ele ter de ajudar em casa.
Está na carteira de trabalho que começou em um curtume, aprendiz por quatro
anos. Daí, foi para uma fábrica de conservas de pêssego e
ficou mais vinte anos. Só saiu
para ser representante comercial das bebidas Wilson.
No "Brasil", era conhecido
não só pela freqüência de arquibancada e reuniões, nas
quais as opiniões sobre o time valiam cada vez mais. Em
1994, foi indicado diretor de
futebol. Foi ainda vice-presidente e conselheiro.
Havia anos, porém, que se
contentava em ir aos jogos
-com o segundo dos três filhos e camisa rubro-negra; a
dele, GG. "Barrigudinho",
com 1,90 m e bigode, que
"não tirava por nada", chegava fazendo disputa de piada.
Não perdia. Lei era fazer,
todo dia às 18h, o melhor chimarrão, que descia fervendo
a goela cansada de rir alto da
vida. Na quinta, em casa, não
teve tempo de nada. Morreu
de infarto, aos 53 anos.
obituario@folhasp.com.br
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