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ESTRADAS
Obra de duplicação de rodovia entre SP e PR está embargada por denúncia ambiental e pode ser definida na Justiça
Ambientalistas brigam para duplicar Régis
FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local
A duplicação
de um trecho de
27,6 km da Régis Bittencourt
(BR-116, que liga São Paulo a
Curitiba, no Paraná), uma das
rodovias mais perigosas do país,
está embargada por causa de uma
denúncia ambiental.
O trecho fica em uma área na serra do Cafezal, região nativa de Mata Atlântica a cerca de 100 km da
capital, em direção ao Sul do país.
O projeto foi aprovado no ano
passado pelo Consema (Conselho
Estadual do Meio Ambiente), mas
agora está sendo analisado por
meio de um inquérito pela Procuradoria da República, por solicitação da Comissão de Meio Ambiente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).
O principal ponto da discussão é
o trecho 6 do projeto de duplicação, que passa pela fazenda Itereí
(dentro da serra do Cafezal), de
propriedade de Lea Corrêa Pinto.
Pela proposta do DNER (Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem), que tem o apoio da
SMA (Secretaria Estadual do Meio
Ambiente), a estrada atravessaria
2,2 km da fazenda, a cerca de 300
metros de distância da rodovia
atual -que passa no limite da
propriedade. A OAB, respaldada
por um estudo do IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas), é contra.
Todos os envolvidos na discussão se dizem favoráveis à duplicação, mas cada um tem seus argumentos para defender ou criticar o
projeto (leia textos abaixo).
``O estudo de impacto ambiental
para a duplicação está viciado,
porque não contempla todas as alternativas'', diz o presidente da comissão de Meio Ambiente da
OAB, Antônio Fernando Pinheiro
Pedro.
Pela sua avaliação, os cálculos de
bota-fora (retirada de terra das encostas onde será feita a construção
das novas pistas da rodovia) foram
exagerados para impedir que outros traçados do trecho a ser duplicado fossem contemplados.
A procuradora da República Isabel Groba Vieira, responsável pelo
inquérito, diz que os estudos do
IPT apontam para a viabilidade da
duplicação em paralelo à rodovia
já existente em quase todo o trecho
em discussão.
``Vamos nos reunir com técnicos da SMA e do DNER para tentar
rever a licença prévia já concedida
e mudar o traçado. Caso não haja
solução, podemos até recorrer ao
Judiciário'', diz a procuradora.
A SMA alega que qualquer traçado vai causar interferências na região, mas que o escolhido é menos
agressivo que o trajeto em paralelo. Também informa que a distância exata pela qual vai passar a duplicação da Régis na fazenda Itereí
só será definida quando for concedida a licença de instalação.
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