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TRANSPORTE
Trecho que será inaugurado hoje, por Covas, segue tendência de transformação em trem de superfície
Metrô de SP sai do buraco para crescer
FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local
As três estações de metrô que o
governador Mário Covas inaugura
hoje, na zona norte da cidade de
São Paulo, são uma amostra da
nova tendência do metrô paulistano: crescer para a superfície.
A estação Tucuruvi (o novo
ponto final da linha Norte-Sul) foi
construída no mesmo nível da rua.
A estação Parada Inglesa, em via
elevada. Apenas a estação Jardim
São Paulo é subterrânea, mas a
maior parte da linha está acima do
nível da rua.
E a grande maioria das novas linhas do metrô paulistano que estão em construção ou ainda em licitação será de superfície.
"Estamos saindo da terra porque é mais barato, e a construção
mais rápida", diz o presidente do
Metrô, Paulo Goldschmidt.
Hoje, das 41 estações em operação, apenas 17 são de superfície.
Mas o quadro vai mudar em poucos meses. Das 23 estações que serão entregues este ano (veja quadro nesta página), apenas a Jardim
São Paulo é subterrânea.
Segundo o secretário estadual
dos Transportes Metropolitanos,
Cláudio de Senna Frederico, o
custo de uma estação subterrânea
chega a ser maior que o dobro de
uma de superfície.
O custo médio de 1 km de linha
subterrânea na avenida Paulista
foi de US$ 150 milhões. Na linha 5,
que vai ligar o Capão Redondo ao
Largo 13 (na zona sul), o custo de 1
km de linha de superfície ficará em
torno de US$ 52 milhões.
Já a adaptação de uma linha de
trem já existente para o metrô é
ainda mais barata. No caso da linha Osasco-Jurubatuba (que é
administrada pela CPTM, mas
passará a ser gerenciada pelo Metrô a partir do segundo semestre
de 1999), o custo médio de 1 km de
linha será de US$ 1 milhão.
"Além de ser um meio econômico de expandir o transporte público, o retorno do investimento à
população é mais rápido com as
linhas e estações de superfície",
diz Frederico.
A construção de uma linha de
metrô subterrâneo convencional
demora de cinco a seis anos. A de
superfície, cerca de quatro anos. Já
a conversão de linhas de trem em
linhas de metrô demora menos de
dois anos.
A única linha projetada que será
totalmente subterrânea é a linha 4
(Luz-Vila Sônia), que passa pela
avenida Rebouças. "Nessa região
extremamente adensada, seria
muito caro pagar as desapropriações", diz Frederico.
As três estações que serão inauguradas hoje por Covas, às 18h30,
ficaram com as obras paradas por
cinco anos. A construção só foi retomada em 1996, depois que o governo fez uma espécie de concessão com a iniciativa privada. As
empresas pagaram a construção e
vão ficar com a verba das bilheterias por 15 anos.
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