São Paulo, quarta, 29 de abril de 1998

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TRANSPORTE
Trecho que será inaugurado hoje, por Covas, segue tendência de transformação em trem de superfície
Metrô de SP sai do buraco para crescer

FABIO SCHIVARTCHE
da Reportagem Local

As três estações de metrô que o governador Mário Covas inaugura hoje, na zona norte da cidade de São Paulo, são uma amostra da nova tendência do metrô paulistano: crescer para a superfície.
A estação Tucuruvi (o novo ponto final da linha Norte-Sul) foi construída no mesmo nível da rua. A estação Parada Inglesa, em via elevada. Apenas a estação Jardim São Paulo é subterrânea, mas a maior parte da linha está acima do nível da rua.
E a grande maioria das novas linhas do metrô paulistano que estão em construção ou ainda em licitação será de superfície.
"Estamos saindo da terra porque é mais barato, e a construção mais rápida", diz o presidente do Metrô, Paulo Goldschmidt.
Hoje, das 41 estações em operação, apenas 17 são de superfície. Mas o quadro vai mudar em poucos meses. Das 23 estações que serão entregues este ano (veja quadro nesta página), apenas a Jardim São Paulo é subterrânea.
Segundo o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico, o custo de uma estação subterrânea chega a ser maior que o dobro de uma de superfície.
O custo médio de 1 km de linha subterrânea na avenida Paulista foi de US$ 150 milhões. Na linha 5, que vai ligar o Capão Redondo ao Largo 13 (na zona sul), o custo de 1 km de linha de superfície ficará em torno de US$ 52 milhões.
Já a adaptação de uma linha de trem já existente para o metrô é ainda mais barata. No caso da linha Osasco-Jurubatuba (que é administrada pela CPTM, mas passará a ser gerenciada pelo Metrô a partir do segundo semestre de 1999), o custo médio de 1 km de linha será de US$ 1 milhão.
"Além de ser um meio econômico de expandir o transporte público, o retorno do investimento à população é mais rápido com as linhas e estações de superfície", diz Frederico.
A construção de uma linha de metrô subterrâneo convencional demora de cinco a seis anos. A de superfície, cerca de quatro anos. Já a conversão de linhas de trem em linhas de metrô demora menos de dois anos.
A única linha projetada que será totalmente subterrânea é a linha 4 (Luz-Vila Sônia), que passa pela avenida Rebouças. "Nessa região extremamente adensada, seria muito caro pagar as desapropriações", diz Frederico.
As três estações que serão inauguradas hoje por Covas, às 18h30, ficaram com as obras paradas por cinco anos. A construção só foi retomada em 1996, depois que o governo fez uma espécie de concessão com a iniciativa privada. As empresas pagaram a construção e vão ficar com a verba das bilheterias por 15 anos.



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