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ADMINISTRAÇÃO
Por sugestão do banco, que emprestará US$ 200 milhões à prefeitura, só os distritos República e Sé receberão obras
Reforma do centro muda a pedido do BID
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo refez o
projeto de reforma do centro da
cidade por recomendação do
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que investirá
US$ 200 milhões no programa.
"Eles consideraram a primeira
versão muito ampla", afirmou
ontem a prefeita Marta Suplicy,
na entrevista coletiva que apresentou a nova versão. A verba deverá ser liberada em seis meses.
Em fevereiro deste ano, uma comitiva coordenada pela então administradora regional da Sé, Clara
Ant, foi a Washington (EUA) negociar com o banco. Desligada do
cargo há dois meses, Clara foi a
autora da primeira versão, batizada de Reconstruir o Centro e lançada em maio do ano passado.
A urbanista Nadia Somekh, vice-presidente da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), assumiu a dianteira do projeto, articulado com outras secretarias, e
fez as correções sugeridas pelo
BID. Desde quinta-feira, Nadia
reúne-se com os técnicos do banco, que estão em São Paulo.
As críticas do BID eram as mesmas feitas pela prefeita na época
do lançamento. O plano era extenso, tinha pouca articulação entre as intervenções propostas e investia mais em idéias do que em
realizações. "As três páginas do
projeto original [com a lista de intervenções" foram reduzidas para
uma", disse Marta.
A principal recomendação do
banco foi a de focalizar as intervenções. O primeiro programa
previa a inclusão dos oito distritos
que formam a região central. A
nova versão restringe as ações à Sé
e à República. Os técnicos de
Washington consideraram que as
obras e ações previstas estavam
esparsas e não tinham "sinergia".
Para concentrar esforços, foi
criada a Agência de Desenvolvimento Econômico do Centro, entidade que reunirá prefeitura, sociedade civil e iniciativa privada
na coordenação do programa de
reabilitação da região.
"Eles [do BID" querem projetos
e ações efetivas, que funcionem
como motores de transformação
do centro. A primeira versão distribuía os recursos. A nova focaliza a distribuição. Porém o Reconstruir o Centro continua sendo o fio condutor", disse Nadia.
Portas da cidade
O novo projeto -que agora se
chama Programa de Reabilitação
do Centro- inclui obras que já
estão sendo executadas pela prefeitura. Um exemplo é a reforma
da região da rua Xavier de Toledo,
batizada de Corredor Cultural. O
projeto de intervenção no entorno da estação da Luz é outro.
Intervenções não previstas no
projeto original foram incluídas,
entre as quais o programa Portas
da Cidade, que propõe restaurar a
paisagem das vias que dão acesso
ao centro. A primeira será a avenida Nove de Julho, que terá reformas no corredor de ônibus, na
poluição visual e nos prédios.
Para orientar as ações, o projeto
é divido em três. Na primeira parte, vêm as ações de "zeladoria",
como a recuperação de calçadas e
organização dos camelôs, que
continuarão sob o comando da
Administração Regional da Sé.
O segundo capítulo enumera
intervenções urbanísticas, divididas em três eixos: parque dom Pedro 2º, Luz e Centro Velho-Centro Novo. Esta última inclui reformas na praça da República, no
largo do Arouche, o programa
Portas da Cidade e a restauração
de edifícios como a Galeria Metrópole e o Cine Olido. O programa Morar no Centro, no último capítulo, prevê a construção de
cerca de 3.000 moradias na região.
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