São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Por sugestão do banco, que emprestará US$ 200 milhões à prefeitura, só os distritos República e Sé receberão obras

Reforma do centro muda a pedido do BID

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo refez o projeto de reforma do centro da cidade por recomendação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que investirá US$ 200 milhões no programa. "Eles consideraram a primeira versão muito ampla", afirmou ontem a prefeita Marta Suplicy, na entrevista coletiva que apresentou a nova versão. A verba deverá ser liberada em seis meses.
Em fevereiro deste ano, uma comitiva coordenada pela então administradora regional da Sé, Clara Ant, foi a Washington (EUA) negociar com o banco. Desligada do cargo há dois meses, Clara foi a autora da primeira versão, batizada de Reconstruir o Centro e lançada em maio do ano passado.
A urbanista Nadia Somekh, vice-presidente da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), assumiu a dianteira do projeto, articulado com outras secretarias, e fez as correções sugeridas pelo BID. Desde quinta-feira, Nadia reúne-se com os técnicos do banco, que estão em São Paulo.
As críticas do BID eram as mesmas feitas pela prefeita na época do lançamento. O plano era extenso, tinha pouca articulação entre as intervenções propostas e investia mais em idéias do que em realizações. "As três páginas do projeto original [com a lista de intervenções" foram reduzidas para uma", disse Marta.
A principal recomendação do banco foi a de focalizar as intervenções. O primeiro programa previa a inclusão dos oito distritos que formam a região central. A nova versão restringe as ações à Sé e à República. Os técnicos de Washington consideraram que as obras e ações previstas estavam esparsas e não tinham "sinergia".
Para concentrar esforços, foi criada a Agência de Desenvolvimento Econômico do Centro, entidade que reunirá prefeitura, sociedade civil e iniciativa privada na coordenação do programa de reabilitação da região.
"Eles [do BID" querem projetos e ações efetivas, que funcionem como motores de transformação do centro. A primeira versão distribuía os recursos. A nova focaliza a distribuição. Porém o Reconstruir o Centro continua sendo o fio condutor", disse Nadia.

Portas da cidade
O novo projeto -que agora se chama Programa de Reabilitação do Centro- inclui obras que já estão sendo executadas pela prefeitura. Um exemplo é a reforma da região da rua Xavier de Toledo, batizada de Corredor Cultural. O projeto de intervenção no entorno da estação da Luz é outro.
Intervenções não previstas no projeto original foram incluídas, entre as quais o programa Portas da Cidade, que propõe restaurar a paisagem das vias que dão acesso ao centro. A primeira será a avenida Nove de Julho, que terá reformas no corredor de ônibus, na poluição visual e nos prédios.
Para orientar as ações, o projeto é divido em três. Na primeira parte, vêm as ações de "zeladoria", como a recuperação de calçadas e organização dos camelôs, que continuarão sob o comando da Administração Regional da Sé.
O segundo capítulo enumera intervenções urbanísticas, divididas em três eixos: parque dom Pedro 2º, Luz e Centro Velho-Centro Novo. Esta última inclui reformas na praça da República, no largo do Arouche, o programa Portas da Cidade e a restauração de edifícios como a Galeria Metrópole e o Cine Olido. O programa Morar no Centro, no último capítulo, prevê a construção de cerca de 3.000 moradias na região.



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