DA SUCURSAL DO RIO

Tiros disparados por policiais militares que perseguiam dois homens em uma moto mataram, no fim da tarde de anteontem, uma dona-de-casa e um estudante que passavam pela avenida dos Democráticos, em Manguinhos (zona norte do Rio). Outras três outras pessoas foram baleadas.
O delegado responsável pelo caso, Reginaldo Guilherme, da 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso, zona norte), chegou a essa conclusão após ouvir testemunhas. O próprio secretário estadual de Segurança Pública, Anthony Garotinho, admitiu que os PMs mataram as vítimas. Ele disse considerar "lamentável" o episódio.
O delegado Guilherme informou que pedirá explicações ao comando do 22º Batalhão, responsável pelo policiamento na área. A PM informou que só se manifestará sobre o caso após a conclusão do inquérito.
A dona-de-casa Lílian Lopes Quintanilha, 35, que passava de carro pelo local, foi atingida por dois tiros -no ombro e na nuca- e morreu na hora. O estudante Alexsandro do Espírito Santo, 17, que descia de um ônibus, levou um tiro na cabeça e morreu a caminho do hospital.
Lílian Quintanilha foi enterrada ontem no cemitério do Caju (zona norte). Segundo parentes, ela ia buscar o filho Felipe, 12, em um colégio que fica a poucos metros do local do tiroteio.
O marido, Carlos Quintanilha, estranhou a demora da mulher e saiu para procurá-la. Quando passava pela avenida dos Democráticos, viu o Corsa vinho dela com duas perfurações à bala e soube do fato. Os dois eram casados havia 15 anos.
O tiroteio ocorreu em uma das regiões mais problemáticas da cidade. Os bairros de Manguinhos, Bonsucesso, Ramos e Olaria têm registrado vários episódios de violência. Na madrugada de sábado, a universitária Cíntia Araújo Lima morreu ao levar três tiros após o carro em que estava ter sido atacado por um grupo de homens armados com fuzis na rua Uranos, em Ramos.
A violência na região fez o secretário estadual de Segurança Pública, Anthony Garotinho, determinar o reforço no efetivo de quatro batalhões da PM: 3º (Méier), 9º (Rocha Miranda), 16º (Olaria) e 22º (Benfica). Esses batalhões também deverão receber mais 150 Blazers.


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