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SAÚDE/MEDICINA CHINESA
A terapia diminui a freqüência das doenças e encurta o período de uso de medicações
Acupuntura feita a laser é alternativa para crianças
CLÁUDIA COLLUCCI
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A acupuntura (técnica milenar
que consiste no estímulo de pontos determinados da superfície da
pele) tem sido utilizada em crianças como coadjuvante no tratamento de infecções virais -resfriados, rinites e sinusites, por
exemplo-, muito comuns nesta
época do ano. Segundo os pediatras ouvidos pela Folha, esse tipo
de terapia diminui a freqüência e
também a intensidade das crises,
além de encurtar o período de uso
de medicações.
Porém, a prática ainda enfrenta
a resistência dos pais, que temem
que o uso das agulhas possa provocar dor nos filhos. Nessas situações, a acupuntura a laser é uma
opção, embora alguns médicos
afirmem que o laser não tenha a
mesma eficácia das agulhas nesse
tipo de tratamento.
Segundo o pediatra acupunturista Norvan Leite, professor do
Colégio Médico Brasileiro de
Acupuntura, o laser atinge a mesma profundidade das agulhas,
mas tem a desvantagem de não
ter a mesma sincronicidade na estimulação dos pontos.
Com o laser, cada ponto é estimulado isoladamente. Já na acupuntura feita com as agulhas, todos os pontos de energia são ativados de forma simultânea. "O laser tem 80% da eficácia das agulhas", diz o acupunturista.
A pediatra e acupunturista da
Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo), Elisabete Carneiro,
diz que o tratamento a laser é uma
alternativa, mas não há eficácia
em todos os casos.
"Na região dos olhos, perto de
glândulas e cartilagens, por exemplo, o laser não pode ser usado
porque a radiação é muito forte e
pode provocar lesões". Ela reforça, entretanto, que a técnica funciona muito bem em pontos das
extremidades, como pés e mãos.
A pediatra Jerusa Alecrim Andrade, responsável pelo ambulatório de acupuntura da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), trabalha apenas com a técnica de agulhas nas crianças. Segundo ela, ainda não há relatos na
literatura que comprovem a eficácia do tratamento feito com laser.
Processo
Ao aplicar a agulha no corpo da
criança, há a liberação de uma
substância -um neurotransmissor (um carregador de mensagens
químicas entre as células nervosas) conhecido como somastina- que tem efeito analgésico.
A partir daí, a criança não sente
mais dor e várias reações são desencadeadas, estimulando o sistema imunológico e alcançando o
efeito terapêutico desejado, por
meio da restauração do equilíbrio. "Trabalhando com medicamentos e acupuntura, com certeza a criança vai adoecer cada vez
menos", afirmou Elisabete.
As indicações mais comuns são
a hiperatividade, insônia, dores
musculares, diarréia, enurese noturna -urinar na cama após três
anos-, resfriados, rinites, asma e
dores de cabeça.
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