São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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Em depoimento, Beira-Mar nega ser traficante e se diz empresário

DA SUCURSAL DO RIO

Um helicóptero, atiradores de elite, 30 carros e cem policiais armados com fuzis foram mobilizados ontem para conduzir o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, do presídio Bangu 1 (zona oeste) ao TJ (Tribunal de Justiça) do Rio.
A operação, que contou com policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Esquadrão Antibombas, tinha como objetivo evitar uma tentativa de resgate de Beira-Mar durante o percurso, de cerca de 40 km.
Beira-Mar chegou ao fórum às 13h. Ele ouviu os depoimentos de dez testemunhas, sendo duas de defesa, no processo que apura o seu envolvimento no comando do tráfico de drogas em Parada Angélica (Duque de Caxias, município na Baixada Fluminense).
No início da sessão, o traficante se identificou como empresário.
Antes do depoimento das testemunhas, Beira-Mar foi interrogado por outros dois juízes em dois processos a que responde. No primeiro deles, foi ouvido no processo que apura sua relação com o tráfico em Duque de Caxias.
Beira-Mar negou ser traficante e disse que o inquérito foi montado para incriminá-lo. "Esse é um processo político, criado para me destruir e destruir minha família", afirmou.
Beira-Mar disse que a polícia instaurou o inquérito depois que ele se recusou a pagar R$ 150 mil a dois policiais, que teriam cobrado para não prendê-lo.
O traficante também foi interrogado no processo por fuga e corrupção em Minas Gerais. Ele é acusado de ter pago R$ 30 mil a um carcereiro de Belo Horizonte, de onde fugiu em 1997. Beira-Mar negou o suborno.
Em um inquérito da Polícia Federal, Beira-Mar é acusado de associação para o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e contrabando de armas.



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