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NOS ARES
Helicidade deve reduzir tráfego aéreo nos aeroportos; há planos para a criação de uma "ponte aérea" para Cumbica
SP ganha heliporto para cem aeronaves
LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Parada no chão, com centenas de quilômetros de congestionamentos todo dia, São Paulo busca saídas pelos ares: a cidade com uma das principais frotas de helicópteros do mundo acaba de ganhar seu maior heliporto, uma estação exclusiva para passageiros, proprietários e os cuidados exigidos por esse tipo de máquina de locomoção rápida.
Com capacidade para cerca de
100 aeronaves, duas pistas de pouso mais nove pontos de embarque
e desembarque, o Helicidade ocupa 18 mil metros quadrados junto
à ponte do Jaguaré, na marginal
Pinheiros.
Assim como nas ruas, a situação
do espaço aéreo da cidade também é de saturação, principalmente no que se refere ao aeroporto de Congonhas: nos horários de pico, verdadeiras "filas" de
aviões se formam à espera de lugar para pouso ou decolagem. Esse volume de tráfego aéreo acaba
atingindo os helicópteros, que
não têm prioridade em relação às
aeronaves comerciais.
Além disso, o próprio volume
de helicópteros tem aumentado
de forma expressiva. Segundo os
registros de maio do Departamento de Aviação Civil, dos 912
helicópteros em operação no pais,
nada menos que 425 voam em
São Paulo. Para se ter uma idéia,
esse era o número de aeronaves
que havia no Brasil há oito anos.
O crescimento progressivo da
frota gerou um natural aumento
dos helipontos, principalmente
no topo de novos edifícios. Atualmente há perto de 200 pontos de
pouso e decolagem na Grande
São Paulo, mais os aeroportos de
Congonhas, Cumbica e Campo
de Marte, além de heliportos em
Osasco, Barueri e no Morumbi.
Pelo tamanho físico, das instalações e do investimento (R$ 16 milhões), o Helicidade é agora a
principal referência nessa área.
Abriga empresas de táxi aéreo, salas VIP, estação meteorológica e
um forte aparato de segurança,
voltado para o público VIP que
normalmente se vale desse meio
de locomoção.
Há ainda planos para a criação
de uma espécie de "ponte aérea"
para atender aos passageiros que
embarcarão em vôos no aeroporto internacional de Cumbica.
O proprietário que quiser utilizar o local para deixar sua aeronave gastará no mínimo R$ 1.000
por mês, com a vantagem de não
pagar a taxa a cada pouso e decolagem que é cobrada nos aeroportos. Por R$ 100, pode-se embarcar
ou desembarcar, com direito ao
uso de estacionamento, recepção,
salas de estar e segurança.
Outros serviços -manutenção
e limpeza das aeronaves, alimentação e hospedagem da tripulação- são cobrados à parte.
A título de comparação: a locação de um helicóptero custa hoje
a partir de R$ 1 mil a hora (três lugares mais o piloto). Para a compra, pode-se desembolsar US$ 250 mil (por um Robinson de dois lugares) ou mais de US$ 5 milhões (um Eurocopter Dauphin).
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