São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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NOS ARES

Helicidade deve reduzir tráfego aéreo nos aeroportos; há planos para a criação de uma "ponte aérea" para Cumbica

SP ganha heliporto para cem aeronaves

LUIZ CAVERSAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Parada no chão, com centenas de quilômetros de congestionamentos todo dia, São Paulo busca saídas pelos ares: a cidade com uma das principais frotas de helicópteros do mundo acaba de ganhar seu maior heliporto, uma estação exclusiva para passageiros, proprietários e os cuidados exigidos por esse tipo de máquina de locomoção rápida.
Com capacidade para cerca de 100 aeronaves, duas pistas de pouso mais nove pontos de embarque e desembarque, o Helicidade ocupa 18 mil metros quadrados junto à ponte do Jaguaré, na marginal Pinheiros.
Assim como nas ruas, a situação do espaço aéreo da cidade também é de saturação, principalmente no que se refere ao aeroporto de Congonhas: nos horários de pico, verdadeiras "filas" de aviões se formam à espera de lugar para pouso ou decolagem. Esse volume de tráfego aéreo acaba atingindo os helicópteros, que não têm prioridade em relação às aeronaves comerciais.
Além disso, o próprio volume de helicópteros tem aumentado de forma expressiva. Segundo os registros de maio do Departamento de Aviação Civil, dos 912 helicópteros em operação no pais, nada menos que 425 voam em São Paulo. Para se ter uma idéia, esse era o número de aeronaves que havia no Brasil há oito anos.
O crescimento progressivo da frota gerou um natural aumento dos helipontos, principalmente no topo de novos edifícios. Atualmente há perto de 200 pontos de pouso e decolagem na Grande São Paulo, mais os aeroportos de Congonhas, Cumbica e Campo de Marte, além de heliportos em Osasco, Barueri e no Morumbi.
Pelo tamanho físico, das instalações e do investimento (R$ 16 milhões), o Helicidade é agora a principal referência nessa área. Abriga empresas de táxi aéreo, salas VIP, estação meteorológica e um forte aparato de segurança, voltado para o público VIP que normalmente se vale desse meio de locomoção.
Há ainda planos para a criação de uma espécie de "ponte aérea" para atender aos passageiros que embarcarão em vôos no aeroporto internacional de Cumbica.
O proprietário que quiser utilizar o local para deixar sua aeronave gastará no mínimo R$ 1.000 por mês, com a vantagem de não pagar a taxa a cada pouso e decolagem que é cobrada nos aeroportos. Por R$ 100, pode-se embarcar ou desembarcar, com direito ao uso de estacionamento, recepção, salas de estar e segurança.
Outros serviços -manutenção e limpeza das aeronaves, alimentação e hospedagem da tripulação- são cobrados à parte.
A título de comparação: a locação de um helicóptero custa hoje a partir de R$ 1 mil a hora (três lugares mais o piloto). Para a compra, pode-se desembolsar US$ 250 mil (por um Robinson de dois lugares) ou mais de US$ 5 milhões (um Eurocopter Dauphin).



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