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OPERAÇÃO LINCE
Justiça prorrogou a prisão temporária da suposta quadrilha de roubo de cargas e adulteração de combustíveis
Delegados da PF ficam mais 5 dias presos
AFRA BALAZINA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
A Justiça de Ribeirão Preto (314
km de São Paulo) prorrogou anteontem, por cinco dias, a prisão
temporária das seis pessoas presas na cidade na quarta-feira passada durante a Operação Lince,
desencadeada pela Polícia Federal
para desmantelar uma quadrilha
de roubo de cargas e adulteração
de combustíveis.
A prorrogação foi pedida pelo
Ministério Público Federal, já que
a decisão anterior limitava a prisão dos suspeitos a cinco dias -o
prazo venceu anteontem.
Com a medida, permanecem na
prisão por mais cinco dias os delegados da PF José Bocamino e Wilson Alfredo Perpétuo, além do
agente federal Luiz Claudio Santana, do advogado Fauzi José
Saab Júnior e dos supostos assaltantes de carga Roberto Lopes Alvares e Jair de Morais. Todos estão detidos no Núcleo de Custódia da PF, em Brasília.
A sétima pessoa presa, Camila
Martins, filha do empresário José
Antonio Martins, detida por porte ilegal de arma, continua na carceragem da PF em Ribeirão. Martins, dono de uma academia de ginástica em Ribeirão, foi alvo de
uma operação de busca e apreensão, mas não ficou preso.
Os delegados detidos são acusados de omissão e de colaborar para a atuação de uma quadrilha de
adulteração de combustíveis e de
roubo de cargas.
A prisão temporária é um instrumento jurídico que permite a
coleta de provas pela polícia e só
pode ser prorrogada uma vez. Depois do prazo total de dez dias, a
temporária pode ser convertida
em preventiva, que não tem prazo
e visa garantir que o processo
prossiga sem interferências.
Segundo o Ministério Público
Federal, a manutenção da prisão é
fundamental para a conclusão das
investigações, iniciadas há cerca
de dois anos. A polícia tem feito
agora a análise dos documentos
apreendidos nas buscas, que foram realizadas em 30 locais. As informações obtidas por meio de
escutas telefônicas também estão
sendo cruzadas com outros dados. Todo o material apreendido
foi levado para Brasília.
A PF não descarta o envolvimento de outros policiais da cidade com a quadrilha. Os delegados
de Ribeirão já haviam sido citados
em outra investigação da PF no final do ano passado sobre um esquema de contrabando de diamantes na reserva indígena Roosevelt, dos índios cintas-largas,
em Rondônia. Para Oliveira,
"uma eventual relação com os fatos ocorridos em Rondônia não é
descartada pela PF".
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