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Vereadores aprovam LDO e "amarram" o Orçamento da prefeitura para 2007
DA REPORTAGEM LOCAL
Há três meses no cargo, o
prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (PFL), sofreu ontem
sua maior derrota na Câmara
Municipal com a aprovação definitiva da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que estabelece os parâmetros para a
elaboração do Orçamento do
próximo ano.
O texto aprovado pelos vereadores é diferente do que foi
enviado à Casa pelo Executivo
e, na prática, traz amarras financeiras que dificultarão o remanejamento -prática comum em todas as administrações- dos R$ 17,8 bilhões que
Kassab terá no ano que vem.
O texto que recebeu o voto da
maioria dos vereadores (28 dos
55) traz alterações elaboradas
pelo vereador Paulo Fiorillo
(PT) que engessam o Orçamento para 2007 e aumentam o
controle dos gastos.
Impede, por exemplo, que
uma despesa prevista no Orçamento seja zerada (isto é, que
não receba verba nenhuma durante o ano) e que obras recebam menos de 20% do previsto.
Também impõe limites mais rígidos para o remanejamento de
verbas, que agora passa a ser
feito apenas dentro de cada secretaria municipal.
O prefeito também fica obrigado a incluir anexo no projeto
do Orçamento discriminando
as despesas das subprefeituras,
que também terão de publicar
com o que estão gastando. Por
último, o texto obriga a prefeitura, que tem cerca de R$ 3,2
bilhões aplicados, a gastar parte desse dinheiro com precatórios e a dívida fundada.
Hoje, Kassab pode remanejar livremente 15% de todo o
Orçamento. Se a LDO aprovada
não sofrer vetos, em 2007 o
prefeito terá pouca margem de
manobra em seus gastos.
Em entrevista na tarde de
ontem, Kassab disse que não vê
a aprovação dessa LDO como
uma derrota política. "Tenho
respeito pelo Poder Legislativo.
Depois cabe à prefeitura fazer
uma nova avaliação."
Nos bastidores, assessores do
prefeito já dizem que ele deve
vetar o artigo 14 da lei, justamente o que limita o remanejamento. Resta saber se os vereadores vão derrubar ou não o
provável veto do prefeito
-prerrogativa que cabe ao Legislativo. Se fizerem isso, a LDO
volta a vigorar como aprovada
ontem na Câmara Municipal.
O problema de Kassab é que
ele não conta com uma base
parlamentar que lhe dê a maioria dos votos dos 55 vereadores.
E enfrenta resistência da oposição e do centrão -grupo que se
autodenomina independente e
é o fiel da balança na Câmara.
O decreto que o prefeito assinará nos próximos dias anulando a taxa dos clubes pode surtir
efeito decisivo na questão da
LDO. Era uma reivindicação de
vários vereadores do centrão,
principalmente de Aurélio Miguel (PL). Agradando esses vereadores, Kassab espera não
enfrentar resistência para vetar a parte da LDO que lhe impõe amarras.
(FS e JEC)
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