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CASSADO
Advogado de defesa diz que a denúncia é nula e que vai entrar com um mandado de segurança para reverter a decisão
"Vou continuar a minha vida", diz Viscome
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
Faltavam ainda dois votos
para a confirmação da cassação quando Vicente Viscome
se levantou e foi
em direção à
saída do plenário.
Mas a apuração foi mais rápida.
Antes de chegar à porta, Viscome
foi envolvido pelos aplausos e gritos vindos do público presente e
dos demais parlamentares que comemoravam os dois votos finais e
a perda de seu mandato. Quando
pisou fora da sala, já não era mais
vereador.
"É um direito que eles (os vereadores) têm. Não quero comentar.
Eles acharam que foram justos, e
eu vou continuar minha vida. O
que que eu posso fazer?", afirmou
Viscome, em uma rápida e tumultuada entrevista concedida na garagem da Câmara.
Ele saiu dali em um carro da Polícia Civil, rumo ao 29º DP, onde
continuará cumprindo prisão preventiva até que estejam esgotados
os recursos à decisão de ontem, segundo o juiz-corregedor Maurício
Lemos Porto Alves.
As declarações de Viscome foram bem mais brandas do que
ameaçavam seus assessores nos
dias que antecederam a votação.
Na hipótese de cassação, os assessores diziam que Viscome "sabia muito" sobre os demais parlamentares e que faria denúncias.
Não foi o que houve.
A reação ficou por conta de seu
advogado, Ademar Gomes, que
disse que impetrará até sexta-feira,
um mandado de segurança junto
ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pedindo a anulação da votação.
"A denúncia é nula e inepta, porque se baseia no decreto-lei 201, de
1967, que não tem mais valor. Ninguém pode ser condenado com
base em uma lei que não existe. O
julgamento foi político", disse o
advogado.
Após a decisão final, Viscome
não demonstrou tristeza ou nervosismo. Pareceu apressado e ansioso por se livrar dos repórteres.
Na carceragem do 29º DP, onde
divide uma cela com dois ex-assessores da Administração Regional
da Penha, o já ex-vereador não fez
comentários com o carcereiro ou
com os policiais do distrito. Alegou estar com dor de cabeça e não
deu entrevistas.
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