São Paulo, Terça-feira, 29 de Junho de 1999
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REPERCUSSÃO

Celso Pitta, prefeito de São Paulo - "O resultado da votação preencheu as expectativas, uma vez que as provas contra Viscome eram irrefutáveis".

Leopoldina Viscome, ex-mulher de Vicente Viscome - "Fico chateada porque ele é um ser humano como os outros e está sendo vítima de preconceito. Só porque ele não pôde estudar, já foi pobre e não tem tanto poder na Câmara quanto outros que estão por aí, soltos, vai ser punido. Eu desafio os políticos de São Paulo a provar que essas punições não vão ficar só nele. Se foi direito cassar o Viscome, deve ser direito cassar outros vereadores também".

Soraia Patrícia da Silva, comerciante, a primeira a denunciar a máfia da propina - "A cassação ajuda a recuperar a credibilidade do sistema e ajuda a acreditar que nem tudo acaba em pizza. Mostra às pessoas que pode, sim, valer a pena denunciar irregularidades. Eu acredito que outros vereadores, como Maeli e Izar, também serão cassados. Eu sou otimista, e acho que o Viscome deveria voltar a trabalhar nos negócios dele, sem atrapalhar mais a vida da sociedade".

José Carlos Blat, promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) - "A cassação é uma prova de que nem tudo acaba em pizza. Espero que esta seja a primeira de uma série, porque já temos 12 vereadores sob investigação e sabemos que o Viscome não é o único envolvido em esquemas de corrupção. Mas, entre esperar e acreditar, há uma distância muito grande".

Naief Saad Neto, delegado da força-tarefa que investiga a máfia da propina - "Fico satisfeito por saber que um mau político foi afastado. É um resultado justo e corresponde ao nível das provas e aos anseios da população. Isso fortalece nossas instituições".

Elói Pietá
, relator do processo de cassação do deputado Hanna Garib e líder do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo - "Nesse caso, foi um efeito do trabalho da Assembléia sobre a Câmara, porque a tendência de aprovar a cassação do Garib que há na Assembléia levou a Câmara a antecipar o processo de cassação do Viscome. Mas isso mostrou também a importância do trabalho da CPI, porque foi por causa desse trabalho que Viscome foi cassado. Também é uma demonstração dada pela Câmara de que a proposta da CPI, de criar outras cinco comissões, deve ser aceita".

Ademar de Barros Filho, presidente estadual do PPB, partido pelo qual Viscome foi eleito - "A Câmara exerceu sua soberania. Do ponto de vista do ex-companheiro, é lamentável que ele tenha se permitido chegar a esse ponto. O ritual de punição de quem desrespeitou a coisa pública foi cumprido e, cabe a nós tocar para a frente. O caso está encerrado e ele não será aceito de volta no partido".

Jairo Fonseca, secretário-geral do Instituto Brasileiro de Direito e Defesa da Cidadania - "Ao que parece, a Câmara tentou acalmar a opinião pública e as esperanças de uma investigação mais profunda. Entregou-se a cabeça de Viscome na bandeja, tentando apagar a continuidade de uma depuração que poderia atingir a maioria dos vereadores".


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