DO "AGORA"

Das 27 pontes existentes nas marginais Tietê e Pinheiros, nove estão sem as placas que alertam os motoristas para a altura máxima permitida aos veículos que passam por ali.
Na marginal Tietê, por exemplo, das 15 pontes, quatro estão sem a sinalização obrigatória. Já na marginal Pinheiros, cinco das 12 pontes não trazem as placas.
A reportagem percorreu na última sexta-feira e ontem as 27 pontes das duas marginais e constatou que, além da falta de sinalização de altura, muitas estão malconservadas. Há buracos, frestas e até uma árvore de um metro e meio crescendo entre os vãos.
Na última quinta-feira, um caminhão transportando uma retroescavadeira que trafegava pela marginal Pinheiros entalou na ponte Eusébio Matoso, em Pinheiros (zona oeste da capital).
A composição -caminhão mais retroescavadeira- tinha 4,7 metros de altura e a ponte, 4,3 metros. A ponte tem placas indicando a altura máxima permitida.
Mas, se os acidentes acontecem mesmo onde existem placas, são ainda mais prováveis onde não há sinalização. Na marginal Tietê as seguintes pontes estão sem placas: Presidente Dutra, General Milton Tavares de Souza, Imigrante Nordestino (todas na zona leste) e Julio de Mesquita Neto (zona oeste).
Na marginal Pinheiros, são as pontes Interlagos/Jurubatuba, Arco Morumbi, João Dias, Engenheiro Ari Torres e Bernardo Goldfarb (todas na zona sul).
As pontes Ari Torres, Bernardo Goldfarb e Milton Tavares de Souza são bem mais altas do que a maioria delas e, por isso, estariam menos sujeitas a um acidente como o ocorrido na Eusébio Matoso. Na ponte Presidente Jânio Quadros (zona norte), a placa está quase ilegível, de tão suja.
A maioria das pontes tem sinais de que já foram atingidas por algum veículo com excesso de altura. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), todo mês acontecem cerca de 60 acidentes em pontes, viadutos e túneis da capital.
A ponte Engenheiro Roberto Zuccolo, mais conhecida como Cidade Jardim, é aparentemente uma das mais problemáticas. Tem seis grandes buracos na laje e parte do revestimento, pendurado, ameaça cair.

Outro lado
Para a CET, consultada na última sexta-feira, todas as pontes das marginais têm placas indicativas de altura.
A companhia informou que não tem condições de manter fiscais em cada ponte. Segundo a CET, cabe a cada motorista a responsabilidade de respeitar o limite de altura para evitar acidentes.
A Secretaria de Infra-estrutura Urbana diz que gastou R$ 13,2 milhões na reforma das pontes das marginais nos últimos seis anos.
Nos próximos 180 dias, duas pistas da ponte Eusébio Matoso ficarão fechadas, restando duas faixas ativas para cada sentido. A CET vai reforçar a equipe de marronzinhos para orientar motoristas sobre rotas alternativas.


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