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RIO
Ex-líder do tráfico no morro Dona Marta e membro do Comando Vermelho, criminoso estava condenado a 25 anos de prisão
Traficante Marcinho VP é morto em presídio
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O traficante Márcio Amaro de
Oliveira, o Marcinho VP, 33, foi
encontrado morto na tarde de ontem no presídio de segurança máxima Bangu 3 (Bangu, zona oeste
do Rio), onde cumpria pena de 25
anos de prisão por tráfico de drogas. O corpo foi achado por agentes penitenciários dentro de uma
lixeira.
Ex-líder do tráfico no morro
Dona Marta (Botafogo, zona sul)
e integrante do Comando Vermelho, Marcinho VP chegou a movimentar R$ 300 mil por mês, segundo a polícia.
Ele se tornou conhecido em
1996, quando o cineasta norte-americano Spike Lee negociou
com ele a filmagem de um videoclipe do cantor Michael Jackson
na favela.
O subsecretário estadual de Administração Penitenciária, Aldney Peixoto, informou que o criminoso foi morto por asfixia. Ele
disse que o corpo não tinha marcas de tiros ou facadas.
O titular da secretaria, Astério
Pereira dos Santos, disse que
Marcinho VP tinha inimigos no
sistema carcerário. Ele dividia
uma cela com mais 56 presos.
O principal suspeito do crime,
segundo a secretaria, é o preso conhecido como Ronaldo Pinto Lima e Silva, o Ronaldinho do Tabajara (favela em Copacabana,
zona sul), que estava na cela. Até a
conclusão desta edição, o governo
não havia esclarecido quais são as
razões da suspeita.
"Ele [Marcinho VP] não estava
bem na facção [Comando Vermelho]", disse Pereira dos Santos.
Para ele, o traficante teve problemas com a facção por causa de relatos que constam no livro "Abusado", lançado neste ano pelo jornalista Caco Barcellos. O livro
aborda a questão do tráfico no
morro Dona Marta.
A coordenadora de Inteligência
da Polícia Civil, inspetora Marina
Maggessi, afirmou que, após ser
preso pela segunda vez, em 2000,
Marcinho VP deixou de ter importância na hierarquia do CV.
Segundo ela, na cadeia, ele perdeu
o controle de seu principal reduto, o Dona Marta.
Investigação
A governadora do Rio, Rosinha
Matheus (PSB), anunciou ter determinado rapidez nas investigações sobre a morte. Ela quer que
seja apurada a possibilidade de
agentes penitenciários terem sido
coniventes com o assassinato.
O presídio Bangu 3, onde Marcinho VP foi morto, abriga 896
presos, todos vinculados ao Comando Vermelho. Só há 17 agentes penitenciários cuidando da segurança do presídio, segundo o
próprio secretário de Administração Penitenciária.
Apelido
No Rio, outro traficante também é conhecido como Marcinho
VP. Ele é Márcio dos Santos Nepomuceno, que controla o tráfico
no complexo de favelas do Alemão (zona norte). Preso em Bangu 1, ele é apontado como o principal chefe do CV.
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