São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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passei por isso

"Não entro no avião sem tomar tranqüilizantes"

DA REPORTAGEM LOCAL

Já fiz algumas viagens de avião na minha vida, mas sempre me vinha o pensamento de que estava assinando uma sentença de morte. Nunca entrou na minha cabeça como uma máquina tão pesada como essa pode voar. Não consigo achar isso natural de jeito nenhum. E um acidente é sempre fatal.
O medo é muito intenso. Quando começa a decolagem, já agarro a mão de quem estiver do meu lado. Fico o tempo todo controlando a expressão das aeromoças. Preciso vê-las sorrindo sempre.
Ao menor sinal de tensão que percebo -um andar mais rápido, um olho arregalado-, já fico em pânico.
Não entro no avião sem tomar tranqüilizantes. E a pior hora, para mim, é quando já estamos no alto, e as pessoas apagam as luzes e ficam quietas, dormindo. Aí, não posso nem me distrair do medo, fico pensando que aquele troço pode cair a qualquer momento. Não durmo. E, se por acaso caio no sono, já acordo extremamente assustada.
Agora, o que afeta até mais do que o acidente da TAM é o caos aéreo. De repente, parece que virou normal ter uma turbina que estraga ou um avião que derrapa na pista.
Estou com uma viagem programada para Paris, pretendo morar lá, mas não gostaria de ir de avião. Já fiz várias pesquisas de preço de navio. Por outro lado, não quero deixar esse medo me dominar. Estou fazendo tratamento desde o começo do ano. Melhorou, mas ainda não resolveu totalmente. O problema, acho, é que não entendo nada sobre o funcionamento do avião, não tenho como saber se algo está dando errado.
Lembro que, quando estive na França pela primeira vez, resolvi fazer uma viagem pelo país. Só consegui entrar no avião depois de beber uns três ou quatro chopes.


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