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Governo cobra indenizações de
R$ 300 mi da Oi e da Claro
Processos por danos morais coletivos apontam falhas no atendimento dos call centers
Operadoras de telefonia afirmam que não foram notificadas pela Justiça e dizem que estão fazendo investimentos no setor
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Seis meses após o governo
endurecer as regras para os call
centers, a Claro e a Oi/Brasil
Telecom são alvo de processos
que pedem R$ 300 milhões de
cada empresa por danos morais
coletivos. As duas ações foram
protocoladas anteontem na
Justiça Federal pelo SNDC
(Sistema Nacional de Defesa do
Consumidor), coordenado pelo
Ministério da Justiça.
O valor de R$ 300 milhões é
cem vezes maior que a multa
máxima prevista pelo Código
de Defesa do Consumidor.
Problemas como falta de
acesso ao SAC (serviço de atendimento ao consumidor) e ligações interrompidas pelos próprios atendentes continuam a
ocorrer, segundo disse Ricardo
Morishita, diretor do DPDC
(Departamento Nacional de
Defesa do Consumidor).
"Não se trata de gente mal
preparada, mas de decisões
empresariais. As ligações são
interrompidas, desligam o telefone na cara do consumidor",
criticou Morishita.
"Ainda que as empresas, de
forma geral, tenham investido
na contratação de pessoal e tenha havido melhora no acesso
aos SACs, o quadro de abusos se
mantém no setor de telecomunicações", disse o ministro da
Justiça, Tarso Genro.
O ministro divulgou ontem o
balanço de reclamações dos
consumidores sobre o atendimento dos call centers.
Reclamações
O setor de telefonia responde
por 57% das reclamações de
consumidores que buscaram
Procons de 23 Estados e do Distrito Federal. Segundo colocado no ranking, o segmento dos
cartões de crédito fica bem
abaixo, com quase 18% das reclamações.
No ranking da telefonia fixa,
a Nova Oi (Brasil Telecom/Telemar) responde por quase
60% das reclamações dos consumidores, e dentro da telefonia móvel a Claro lidera com
31% das queixas.
Claro e Oi/Brasil Telecom
acumularam cerca de R$ 3,6
milhões de multas administrativas desde que a lei dos call
centers entrou em vigor (em 1º
de dezembro de 2008) até 31 de
maio deste ano. Segundo o Ministério da Justiça, ambas as
empresas têm entrado com recursos na Justiça.
Outro lado
A Oi informou ontem que
não iria se pronunciar sobre a
ação porque não foi notificada.
"A empresa esclarece que tem
como princípio o comprometimento em fazer grandes investimentos no setor de telecomunicações no Brasil", disse, por meio de nota.
A Claro também informou
que não recebeu nenhuma comunicação sobre o processo e
afirmou que "trabalha para
cumprir todas as determinações das novas regras do decreto do SAC". "A empresa investe
constantemente no treinamento dos atendentes de call
center, acompanhando o crescimento da base de assinantes",
afirmou a empresa.
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