São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2011

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Universitários vão avaliar fábricas antigas

Parceria entre Prefeitura de SP e faculdades fará inventário de construções que podem ter valor histórico e arquitetônico

O objetivo é que alunos e professores façam pesquisas que possam ser aproveitadas nos estudos de tombamento


VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Na mira dos novos lançamentos imobiliários, fábricas e galpões antigos de São Paulo -a maior parte na orla ferroviária da cidade-serão avaliados e farão parte de um inventário de bens com valor histórico e arquitetônico.
O projeto é fruto da cooperação entre o DPH (Departamento do Patrimônio Histórico, da prefeitura) e universidades, como o Mackenzie.
Elas vão ajudar o órgão municipal a produzir o inventário para evitar que bens de valor cultural significativo se percam. Esses imóveis fazem parte de um patrimônio que conta a história da industrialização da cidade.
A ideia é que estudantes e professores desenvolvam suas pesquisas de modo que possam ser aproveitadas nos estudos de tombamento.
O projeto do DPH - órgão técnico do Conpresp (conselho de preservação do patrimônio histórico)- deve começar no mês que vem.
Além da faculdade de arquitetura do Mackenzie, Unifesp e USP estão em tratativas para participar.

MERCADO
Segundo Manoela Rufinoni, professora da Unifesp especialista em patrimônio histórico industrial, Pari e Brás (centro), Lapa (zona norte) e Mooca (zona leste), são as áreas mais problemáticas.
"Até pouco tempo, essas áreas industriais não eram valorizadas. Com o surto imobiliário e o plano diretor de 2002, que incentiva o adensamento da orla ferroviária, esses terrenos começaram a ser procurados", diz.
Como são áreas muitos extensas, a prefeitura não tem pessoal suficiente para fazer o levantamento detalhado. "Hoje, quem está fazendo a seleção é o mercado imobiliário. Estão demolindo com muita rapidez", diz.
Em seu mestrado, Rufinoni estudou o patrimônio industrial da Mooca. A dissertação foi entregue ao DPH e ajudou no processo que levou ao tombamento de fábricas e galpões em 2007.
Outro objetivo é tirar da fila os 350 processos de tombamento que tramitam hoje no Conpresp. Alguns deles abertos há mais de 15 anos.
Segundo Letícia Bandeira de Melo, diretora da divisão de preservação do DPH, a expectativa é que seja possível elaborar neste ano os estudos de tombamento de apenas 40 processos.
"A parceria com o Mackenzie deve começar já em agosto, com as outras universidades estamos definindo", diz.


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