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AIDS
Custo do programa é estimado pelo governo em R$ 2,9 milhões
Brasil bancará o tratamento de mil soropositivos de dez países
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O governo brasileiro vai bancar
o tratamento temporário de mil
portadores do vírus HIV de dez
países em desenvolvimento, a
partir de setembro. A informação
é do representante da área de cooperação internacional do programa de Aids do Ministério da Saúde, Mauro Teixeira de Figueiredo.
"O Brasil vai exportar experiência e disponibilizar os medicamentos", disse ele ontem, em Curitiba, no Paraná.
Segundo Figueiredo, o programa não será afetado pelo acordo
sobre medicamentos genéricos
que o governo brasileiro fechou
anteontem, na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Cada um dos dez países terá
cem pacientes recebendo os medicamentos anti-retrovirais fornecidos pelo Ministério da Saúde
brasileiro. O custo das despesas é
estimado em US$ 1 milhão (cerca
de R$ 2,9 milhões).
Figueiredo disse que o governo
brasileiro vai financiar todo o
programa no primeiro ano de
aplicação, caso não encontre parceiros para dividir os custos.
Agências internacionais, como a
japonesa Jica, estariam sendo
sondadas a participar.
"O Brasil está sendo muito cobrado pelos países em desenvolvimento para participar de programas de cooperação na área de medicamentos, pelo know-how que
adquiriu", declarou.
Figueiredo afirma que o programa foi aprovado no final do governo passado, mas que a decisão
de levá-lo à prática agora pode ser
entendida como uma peça "do
contexto político de cooperação
internacional" adotado pelo governo Lula (PT).
República Dominicana, El Salvador, Paraguai, Bolívia e Colômbia, na América Latina, e Namíbia, Quênia, Burkina Fasso, Burundi e Moçambique, na África,
serão os países alcançados pela fase piloto do programa.
Resultados positivos depois de
um ano de cooperação poderão
levar à continuidade e à expansão
do programa.
Mauro Teixeira de Figueiredo
disse que o governo resolveu
substituir a doação isolada de medicamentos, interrompida no ano
passado, por um programa que
vai permitir avaliar a eficácia de
sua aplicação.
O projeto prevê que médicos
brasileiros façam o acompanhamento dos tratamentos de forma
virtual. A prática será responsabilidade de técnicos dos países beneficiados, capacitados no Brasil.
Figueiredo disse não acreditar
que o governo possa enfrentar
polêmica por financiar o tratamento de doentes de outros países, quando há carência de recursos para saúde dos brasileiros.
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