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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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AIDS

Custo do programa é estimado pelo governo em R$ 2,9 milhões

Brasil bancará o tratamento de mil soropositivos de dez países

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O governo brasileiro vai bancar o tratamento temporário de mil portadores do vírus HIV de dez países em desenvolvimento, a partir de setembro. A informação é do representante da área de cooperação internacional do programa de Aids do Ministério da Saúde, Mauro Teixeira de Figueiredo.
"O Brasil vai exportar experiência e disponibilizar os medicamentos", disse ele ontem, em Curitiba, no Paraná.
Segundo Figueiredo, o programa não será afetado pelo acordo sobre medicamentos genéricos que o governo brasileiro fechou anteontem, na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Cada um dos dez países terá cem pacientes recebendo os medicamentos anti-retrovirais fornecidos pelo Ministério da Saúde brasileiro. O custo das despesas é estimado em US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,9 milhões).
Figueiredo disse que o governo brasileiro vai financiar todo o programa no primeiro ano de aplicação, caso não encontre parceiros para dividir os custos. Agências internacionais, como a japonesa Jica, estariam sendo sondadas a participar.
"O Brasil está sendo muito cobrado pelos países em desenvolvimento para participar de programas de cooperação na área de medicamentos, pelo know-how que adquiriu", declarou.
Figueiredo afirma que o programa foi aprovado no final do governo passado, mas que a decisão de levá-lo à prática agora pode ser entendida como uma peça "do contexto político de cooperação internacional" adotado pelo governo Lula (PT).
República Dominicana, El Salvador, Paraguai, Bolívia e Colômbia, na América Latina, e Namíbia, Quênia, Burkina Fasso, Burundi e Moçambique, na África, serão os países alcançados pela fase piloto do programa.
Resultados positivos depois de um ano de cooperação poderão levar à continuidade e à expansão do programa.
Mauro Teixeira de Figueiredo disse que o governo resolveu substituir a doação isolada de medicamentos, interrompida no ano passado, por um programa que vai permitir avaliar a eficácia de sua aplicação.
O projeto prevê que médicos brasileiros façam o acompanhamento dos tratamentos de forma virtual. A prática será responsabilidade de técnicos dos países beneficiados, capacitados no Brasil.
Figueiredo disse não acreditar que o governo possa enfrentar polêmica por financiar o tratamento de doentes de outros países, quando há carência de recursos para saúde dos brasileiros.


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