São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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No centro, casa incentiva morador a virar artesão

DA REPORTAGEM LOCAL

A baixada do Glicério, no centro, é uma das áreas mais deterioradas da capital paulista. Nas ruas, carroças de catadores de lixo disputam espaço com os carros.
As casas, com mais de 60 anos, foram transformadas em cortiços. Aboliram-se os jardins. Um templo da Igreja Deus é Amor, com capacidade para 5.000 fiéis, está em um canto do bairro. Em outro, vê-se um complexo de viadutos, onde se abrigam moradores de rua.
Nesse cenário devastado, funciona a Casa Cor da Rua, coordenada pela irmã Ivete de Jesus. A inspiração para o nome veio da celebrada Casa Cor, onde se exibem as criações dos arquitetos mais famosos da cidade.
A Cor da Rua contrasta com o cenário cinza do bairro. Por dentro, artesãos que vieram da experiência de rua mostram orgulhosos suas criações. Todas são reciclagens de lixo.
Madeiras, vidros, garrafas pet, papéis, tampas de extintores de incêndio, o descarte urbano, ganha nova encarnação. "A dignidade que essas peças recuperam pela força do trabalho humano não deixa de ser uma metáfora da vida do morador de rua e de suas possibilidades", diz irmã Ivete.
Cerca de 35 artesões trabalham no lugar -única casa com jardim da região.


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