São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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GERALDO MAYRINK (1942-2009)

Escrevia sem sofrimento, com humor, graça e leveza

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Os jornalistas, em geral, escrevem penosamente. Alguns escrevem sem sofrimento nenhum, mas transferem esse sofrimento para o leitor. Geraldo Mayrink produzia coisas notáveis, sem sofrimento para ele ou para quem lia seus textos", afirma o amigo e colega de profissão Humberto Werneck.
Mayrink foi um jornalista completo: capaz de pensar em boas reportagens, realizá-las e editá-las. O resultado final era um texto de absoluta graça e leveza, lembra o amigo. Em 1972, descreveu assim Mané Garrincha para uma reportagem da revista "Veja": "Suas pernas formavam um arco. A esquerda, onde a deformação era mais notável, tinha seis centímetros mais que a outra. Já era um milagre que andasse. Inadmissível que jogasse futebol".
Mayrink começou a carreira em Juiz de Fora (MG), sua cidade natal, no semanário "Binômio", uma espécie de precursor do "Pasquim". Passou pelas redações da revista "Manchete" e pelos jornais "O Globo" e "Jornal do Brasil", no RJ. Mudou-se para a "Veja", em São Paulo, em 1968, após ser convidado pelo jornalista Mino Carta para participar da equipe de fundação da revista.
Exerceu a profissão por 46 anos. Havia três, lutava contra um câncer de pulmão e de boca. Morreu anteontem à tarde, em São Paulo. Deixou a mulher e um casal de filhos. A missa de sétimo dia será quarta-feira, às 9h, na igreja Nossa Senhora de Fátima, em Pinheiros, na zona oeste da cidade.

coluna.obituario@uol.com.br


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