São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2010

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Obras vão afetar a Tamoios nas férias

Principal acesso ao litoral norte de SP será recapeado para eliminar buracos; interdições ocorrerão na alta temporada

Secretário de Estado dos Transportes reconhece transtornos, mas diz que evitará bloqueios aos finais de semana

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA

Boa notícia: a pista da rodovia dos Tamoios terá seu maior programa de recapeamento desta década para eliminar os trechos esburacados e remendados que atrapalham a viagem dos motoristas no principal acesso ao litoral norte de São Paulo.
Má notícia: as obras serão realizadas em plena alta temporada, durante as férias de verão, inclusive com interrupções temporárias do tráfego no decorrer da semana.
A decisão foi tomada pelo governo paulista. A licitação está em curso e, nas próximas semanas, será concluída a contratação da empresa para recapear e sinalizar um total de 53 km -dois terços de toda a extensão da Tamoios.
"Não tem jeito de fazer uma obra sem ter algum transtorno. Vamos cuidar para que ela seja feita da forma menos crítica possível", afirma Mauro Arce, secretário de Estado dos Transportes.
Haverá bloqueios em alguns pontos -com liberação de um sentido por vez e placas "pare" e "siga"-, do km 11 ao km 64, no planalto.
Arce, porém, diz que eles não serão feitos aos finais de semana, nas manhãs de segunda e tardes de sexta, quando há mais lentidão.
As intervenções na rodovia devem começar entre outubro e novembro -com prazo de término de seis meses.
Mas por que não fizeram a obra antes? Por que deixá-la para as férias de verão?
O secretário Arce nega erro de planejamento. Primeiro, diz que haveria transtorno em qualquer época -e que também há picos de tráfego em julho e outros feriados.
Além disso, afirma que houve "um processo de deterioração mais acelerado" nos últimos meses pela presença de caminhões pesados que prestam serviços para a Petrobras. "A estrada já esteve melhor do que está", diz.
Nos trechos de serra, a movimentação na Tamoios supera a soma de veículos das duas principais rotas alternativas ao litoral norte -Mogi Bertioga e Oswaldo Cruz-, que já tiveram interdições devido à queda de barreiras.
O Estado afirma que a última recuperação do pavimento da estrada ocorreu cinco anos atrás, mas só na serra.
De lá para cá houve manutenções de rotina, como serviços de tapa-buraco -que, diz Arce, continuarão até as férias. "Teve reparo com qualidade questionável", afirma Ernane Primazzi (PSC), prefeito de São Sebastião.

NÃO PARE NA PISTA
Não é à toa que quem percorre a rodovia, como fez a Folha na última semana, encontra não só ondulações e remendos, mas buracos de mais de um metro de largura.
O risco é agravado pelo uso improvisado e liberado pelo Estado de boa parte do acostamento da estrada -para melhorar a fluidez.
Ou seja, em caso de pane ou pneu furado, os veículos às vezes não ficam nem separados do resto do tráfego.
A Tamoios também possui obras de construção de duas pontes, no km 18 e no km 28, para evitar um estreitamento da pista que ocorre atualmente nesses pontos.
Elas devem ser entregues no final deste ano -com atraso de quase dez meses.


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