FAUSTO SALVADORI FILHO
DO "AGORA"

A cinco dias da eleição, a Prefeitura de São Paulo inaugurou, na manhã de ontem, os 13 quilômetros do Passa Rápido Bandeira/ Nove de Julho/Santo Amaro, que liga o centro à zona sul da capital. No entanto, 5,3 quilômetros do corredor de ônibus já eram utilizados desde 26 de junho.
Um dia antes da abertura da operação assistida (espécie de fase de testes, em que técnicos da CET e da SPTrans monitoram o funcionamento da obra para fazer os ajustes necessários e orientar usuários sobre as mudanças), as obras haviam sido vistoriadas pela prefeita Marta Suplicy (PT), que tenta a reeleição.
Impossibilitada de ir à inauguração -a Lei Eleitoral proíbe a participação de candidatos nesse tipo de evento a partir de 6 de julho-, Marta foi representada pelo vice-prefeito Hélio Bicudo.
Ao lado dos CEUs (Centro Educacional Unificado) e do bilhete único, os passa rápidos, corredores com faixa exclusiva para ônibus, são as principais bandeiras da prefeita na disputa eleitoral.
O segundo trecho do corredor foi entregue em 28 de agosto, mas, segundo o secretário municipal de Transportes, Gerson Bittencourt, a obra só foi inteiramente concluída no último sábado, dia 25, com a implantação dos fios elétricos e cabos sob as calçadas.
"Não consideramos nem o Passa Rápido Campo Limpo/Rebouças [em operação desde 11 de setembro] inaugurado, porque só vai estar totalmente pronto em novembro", afirmou Bittencourt.
Por enquanto, os motoristas que trafegam pela faixa exclusiva não estão sendo multados. "Devemos começar a multar em uma semana", disse.
O secretário criticou, sem citar nomes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Não ficamos prometendo obras para 2006 ou 2007", disse -referência às obras da linha 4 do Metrô.
"Não inauguramos interligações de trilhos que só funcionam aos domingos e atendem uma quantidade pequena de pessoas", disse, sobre a interligação entre os trens da CPTM e o Metrô na estação da Luz, que, por enquanto, só abre em fins de semana e feriados.
Já o presidente da SPTrans, José Evaldo Gonçalo, atacou as "críticas injustas" dos que "gostam de desinformar" -referência a "parte da imprensa" e ao PSDB.


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