São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2011

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Morte de jovem pela Rota provoca protestos

Representante comercial foi morto dentro da própria casa, em Osasco

Policiais dizem que o suspeito atirou primeiro; testemunhas negaram à polícia que ele estivesse armado

ELTON BEZERRA
ANDRÉ CARAMANTE

DE SÃO PAULO

Cerca de 300 moradores do Jardim Elvira, na periferia de Osasco (Grande SP), protestaram ontem contra a morte do representante comercial Paulo Alberto Santana Oliveira de Jesus, 26, morador do bairro.
O grupo fechou ruas, ateou fogo em pneus e entrou em confronto com a Polícia Militar. Segundo a PM, ele foi morto anteontem, no corredor de sua casa, ao atirar contra quatro PMs da Rota, espécie de tropa especial da PM. Para familiares e conhecidos de Paulo, a polícia matou um "inocente". Nenhum policial ficou ferido na ação.
A PM diz que foi até o local checar uma informação que apontava Paulo como suspeito de integrar uma quadrilha de ladrões de carga.
Os PMs da Rota afirmaram que receberam a informação de que ele guardava as armas usadas em um assalto ocorrido no dia 11. Dentro da casa, os policiais disseram que encontraram um carregador com 18 munições de pistola .380 e 31 de fuzil calibre .223.
Duas testemunhas ouvidas pelo DHPP (departamento de homicídios) negaram que houve enfrentamento entre os PMs e Paulo, que não tinha passagens pela polícia.
O pai dele, Francisco Oliveira de Jesus, 52, diz que o filho foi baleado quatro vezes no peito quando estava de joelhos. Ele negou que o representante comercial, que era casado e pai de uma menina de seis anos, estivesse armado.
A Corregedoria da PM e o DHPP também investigam o sumiço de R$ 900 que estavam com Paulo. O dinheiro era para pagar a parcela de um carro usado por ele para trabalhar, diz Francisco.
A família afirma ainda que os PMs o levaram para um hospital distante do bairro, ignorando um pronto-socorro que fica próximo.


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