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Chuva faz morador passar sufoco
DA REPORTAGEM LOCAL
Gilbertino André dos Santos,
66, há 29 anos morador da rua
Irumu, no Campo Limpo (zona
sul), ainda se lembra do deslizamento ocorrido no local há quase
dez anos que causou a morte de
uma menina de dois anos.
"A terra desceu morro abaixo e
pegou em cheio o barraco da família", descreve Gilbertino. "Eu e
os outros vizinhos ainda tentamos salvá-la, mas já era tarde."
A favela de alvenaria da rua Irumu é um dos locais de risco apontados pela prefeitura. Um dos
moradores, que não quer se identificar, diz que toda vez que chove
há infiltração de água, aumentando os riscos de desabamento.
Gilbertino também já passou
sufoco com as chuvas. Há alguns
anos, abandonou o seu barraco
porque um outro caiu sobre ele.
Hoje, já não tem medo. "Uma casa sustenta a outra e não vai cair."
Também em Campo Limpo,
mas distante uns dez quilômetros
de Gilbertino, Chico Ceará também se recorda das dificuldades
que a chuva traz.
Dono de bar, ele mora em frente
à rua Campo Novo do Sul, na Vila
Andrade, e afirma que as "gambiarras" feitas por moradores do
morro provocam vazamento de
água, que infiltra na terra e facilita
os deslizamentos.
Da rua, é possível ver sobre a casa de Chico Ceará uma boa quantidade de terra que ameaça cair.
Várias casas estão destruídas e
uma placa alerta que no local passa uma tubulação da Petrobras.
O geólogo do IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas) Agostinho Ogura diz que "a prefeitura
sabe o que fazer e o correto é
apontar os locais, as obras e os recursos para essas obras". Ogura
foi um dos geólogos que, em 1989,
elaborou um estudo para a prefeitura sobre áreas de risco em favelas. Na ocasião, foram estudados
cerca de 300 locais.
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