São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2005

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"Diagnóstico da doença é falho"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Doutor em parasitologia pela USP e professor de medicina veterinária da Faculdade de Campo Mourão (PR), Luiz Antônio Sangioni afirma que o diagnóstico da doença é falho por ela não ser comum e facilmente confundível com outras doenças, como a dengue hemorrágica.

 

Folha - Onde há mais focos da doença?
Luiz Antônio Sangioni
- A região de Campinas, por exemplo, é endêmica. Há áreas também em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio.

Folha - Há dificuldades de fazer o diagnóstico da doença?
Sangioni
- O diagnóstico é feito por exames sorológicos. A doença é facilmente tratada com antibióticos. O problema é que não há diagnósticos precisos por conta dos médicos, e eles acabam não solicitando a sorologia. Se a pessoa chega ao hospital num estágio ruim, o tratamento fica mais difícil. O paciente deixa evoluir a doença, porque, no início, os sintomas são parecidos com gripe.

Folha - Então há casos de pessoas que morrem de febre maculosa sem o diagnóstico correto?
Sangioni
- Claro, porque a doença se assemelha a outras. A dengue hemorrágica, por exemplo, tem sintomas parecidos. Em cidades endêmicas, como Campinas, é praxe que os hospitais solicitem a sorologia para detectar a presença da bactéria.

Folha - É possível que as pessoas sejam picadas sem que percebam?
Sangioni
- Sim, porque as larvas e as ninfas dos carrapatos são pequenas e a picada não dói. Houve um caso em Pedreira (SP) em que um foco foi achado numa pousada onde havia burros e cavalos.


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