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"Diagnóstico da doença é falho"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Doutor em parasitologia pela
USP e professor de medicina veterinária da Faculdade de Campo
Mourão (PR), Luiz Antônio Sangioni afirma que o diagnóstico da
doença é falho por ela não ser comum e facilmente confundível
com outras doenças, como a dengue hemorrágica.
Folha - Onde há mais focos da
doença?
Luiz Antônio Sangioni - A região
de Campinas, por exemplo, é endêmica. Há áreas também em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio.
Folha - Há dificuldades de fazer o
diagnóstico da doença?
Sangioni - O diagnóstico é feito
por exames sorológicos. A doença
é facilmente tratada com antibióticos. O problema é que não há
diagnósticos precisos por conta
dos médicos, e eles acabam não
solicitando a sorologia. Se a pessoa chega ao hospital num estágio
ruim, o tratamento fica mais difícil. O paciente deixa evoluir a
doença, porque, no início, os sintomas são parecidos com gripe.
Folha - Então há casos de pessoas
que morrem de febre maculosa
sem o diagnóstico correto?
Sangioni - Claro, porque a doença se assemelha a outras. A dengue hemorrágica, por exemplo,
tem sintomas parecidos. Em cidades endêmicas, como Campinas,
é praxe que os hospitais solicitem
a sorologia para detectar a presença da bactéria.
Folha - É possível que as pessoas
sejam picadas sem que percebam?
Sangioni - Sim, porque as larvas
e as ninfas dos carrapatos são pequenas e a picada não dói. Houve
um caso em Pedreira (SP) em que
um foco foi achado numa pousada onde havia burros e cavalos.
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