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Garimpeiro teve doença 12 vezes
DA SUCURSAL DO RIO
Sebastião Marques de Oliveira,
43, tinha 22 anos quando trocou a
falta de emprego no Rio de Janeiro pelo sonho do garimpo na região do rio Tapajós, no Pará.
Três meses depois da chegada,
Oliveira encontrou ouro quando
trabalhava numa balsa no rio.
Pouco depois, outra descoberta: a
primeira malária. Nos anos de
Amazônia, o garimpeiro, hoje secretário da Associação dos Mineradores do Tapajós (que reúne
donos de 120 garimpos), já teve
malária 12 vezes.
Na sétima ou oitava vez -"já
nem sei mais em qual malária
foi"-, Oliveira achou que a
doença o vencera.
No meio do delírio da febre,
acordou no escuro, com a mulher
chorando ao lado de sua cama e
um candelabro com três velas
acesas em cima da mesa. "Morri,
desta vez morri. Já deve estar chegando a hora do velório", pensou.
Sua mulher, então, comentou em
voz alta que havia faltado energia.
Oliveira descobriu então que as
velas não eram por sua morte,
mas para clarear a escuridão dentro de casa. "Aí descobri que estava vivo, juntei as forças e falei com
ela", lembra, rindo.
Ele diz que a malária é uma das
maiores causadoras de prejuízos
na região. O garimpeiro aos poucos vai conhecendo os sintomas,
mas tem dificuldade para se proteger por causa das condições ambientais dos garimpos.
"A maior preocupação do garimpeiro é a malária. Para ele, pegar Aids é um perigo ainda distante, porque, de um jeito ou de
outro, ele sabe como se prevenir.
Pegar malária é uma preocupação
de todo dia", afirma.
(FE)
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