São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2000

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Situação continua insatisfatória

DA REPORTAGEM LOCAL

A situação "trágica" do ensino brasileiro anunciada pelo MEC em 1995 continua a mesma em 1999, a julgar pelo desempenho dos alunos no Saeb.
A principal explicação do MEC para a queda ou estabilidade no nível das médias de 1997 para 1999 foi a incorporação de um novo perfil de estudante nas redes públicas de ensino.
A queda no desempenho não era, no entanto, esperada pelo MEC em 1998, quando o ministro Paulo Renato Souza anunciou os resultados de 1997.
Em novembro de 1998, o ministro disse à Folha que "O Saeb que vamos realizar em 99 já vai refletir a melhora no desempenho dos alunos provocada pelo Fundef".
Apesar dos investimentos, o Saeb mostrou o contrário: o desempenho dos alunos caiu em todo o Brasil.
Nem as regiões Norte e Nordeste, onde o impacto do Fundef foi maior, apresentaram melhoria.
Quando foram apresentados à imprensa os resultados do Saeb de 95, o ministério admitiu que a situação do ensino no país estava "muito longe de ser satisfatória". Mais do que isso, o MEC usou a palavra "trágica" para descrever a situação do ensino médio.
Além da expansão na matrícula, outra das causas levantadas pelo MEC para justificar o resultado do Saeb de 1999 foi a má formação do professor. Na análise do ministro, "o professor não está sabendo interagir com os alunos".
O Ministério da Educação, no entanto, só enviou sua proposta de diretrizes para a formação de professores da educação básica em cursos superiores em maio deste ano para o Conselho Nacional de Educação, quase quatro anos após a publicação da Lei de Diretrizes e Bases, aprovada em 1996. A formulação de diretrizes para a formação de professores é uma das responsabilidades do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação.


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