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Situação continua insatisfatória
DA REPORTAGEM LOCAL
A situação "trágica" do ensino
brasileiro anunciada pelo MEC
em 1995 continua a mesma em
1999, a julgar pelo desempenho
dos alunos no Saeb.
A principal explicação do MEC
para a queda ou estabilidade no
nível das médias de 1997 para
1999 foi a incorporação de um novo perfil de estudante nas redes
públicas de ensino.
A queda no desempenho não
era, no entanto, esperada pelo
MEC em 1998, quando o ministro
Paulo Renato Souza anunciou os
resultados de 1997.
Em novembro de 1998, o ministro disse à Folha que "O Saeb que
vamos realizar em 99 já vai refletir
a melhora no desempenho dos
alunos provocada pelo Fundef".
Apesar dos investimentos, o
Saeb mostrou o contrário: o desempenho dos alunos caiu em todo o Brasil.
Nem as regiões Norte e Nordeste, onde o impacto do Fundef foi
maior, apresentaram melhoria.
Quando foram apresentados à
imprensa os resultados do Saeb
de 95, o ministério admitiu que a
situação do ensino no país estava
"muito longe de ser satisfatória".
Mais do que isso, o MEC usou a
palavra "trágica" para descrever a
situação do ensino médio.
Além da expansão na matrícula,
outra das causas levantadas pelo
MEC para justificar o resultado
do Saeb de 1999 foi a má formação
do professor. Na análise do ministro, "o professor não está sabendo
interagir com os alunos".
O Ministério da Educação, no
entanto, só enviou sua proposta
de diretrizes para a formação de
professores da educação básica
em cursos superiores em maio
deste ano para o Conselho Nacional de Educação, quase quatro
anos após a publicação da Lei de
Diretrizes e Bases, aprovada em
1996. A formulação de diretrizes
para a formação de professores é
uma das responsabilidades do
Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação.
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