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VIAS PÚBLICAS
Desnível de 30 centímetros em elevado que dá acesso à av. Aricanduva vai piorar trânsito na zona leste
Viaduto cede e é interditado por 90 dias
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um problema causado supostamente pelo tráfego de veículos
com excesso de carga causou ontem a interdição do viaduto Engenheiro Alberto Badra (zona leste
de SP). A interdição deve durar 90
dias e complicar ainda mais o
trânsito em toda a região.
O viaduto interditado é mais conhecido como elevado Aricanduva, tem 1.700 metros de extensão e
é uma das principais vias de acesso para quem sai, por exemplo, da
marginal Tietê e da rodovia Fernão Dias em direção à zona leste
da cidade (ou vice-versa).
Com a interdição, pelo menos
110 mil veículos que usavam o viaduto diariamente terão que usar
caminhos alternativos, segundo
os dados da CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego).
A interdição causará reflexo no
trânsito de toda a região, principalmente nas avenidas Aricanduva e Salim Farah Maluf, Radial
Leste, marginal Tietê e até na rodovia Fernão Dias .
Orientação divulgada ontem
pela CET sugere que as avenidas
Aricanduva e Salim Farah Maluf e
a Radial Leste sejam evitadas pelos motoristas no horário de pico
para evitar que congestionamentos, como o registrado ontem,
voltem a ocorrer (leia texto nesta
página e veja quadro com caminhos alternativos na região).
Sustentação
O elevado Aricanduva foi interditado ontem às 12h45, após ter
sido esmagado o chamado aparelho de apoio de um dos pilares
que sustentam a via, onde há junção do asfalto. Nesses trechos de
junção, há normalmente um desnível de dois centímetros entre
um "asfalto" (tabuleiro) e outro.
Com o problema de ontem, surgiu um desnível de cerca de 30
centímetros no asfalto do viaduto.
É como se tivesse sido construído
um muro vertical, com altura de
cerca de 30 centímetros, em um
trecho do viaduto.
Com o surgimento do desnível,
dois carros que passavam pelo
viaduto acabaram se chocando
contra o asfalto, que não cedeu.
Três pessoas ficaram feridas.
Após o acidente, houve pânico
entre outros motoristas, que imaginavam que o viaduto poderia
ceder ainda mais e cair.
O trânsito na região complicou
logo após a interdição. "Normalmente, faço o trecho Parque Novo
Mundo-São Mateus em um hora.
Só na avenida Aricanduva já estou parado há uma hora", disse
ontem à tarde o motorista Hugo
José Alves Ribeiro, que usava o
viaduto interditado pelo menos
duas vezes por dia.
A CET não tem dados do congestionamento registrado na região do viaduto.
De acordo com o superintendente da Secretaria de Vias Públicas, João Bosco Romeiro, o viaduto havia sido inspecionado na semana passada. "O que aconteceu
foi uma fatalidade. É como quebrar uma perna. O viaduto não tinha nenhuma deficiência", disse.
Segundo o superintendente, a
secretaria faz há cerca de um ano
obras de recuperação da estrutura
do viaduto, inclusive em aparelhos de apoio de outros pilares
que sustentam a via.
Ontem, a prefeitura levantou a
possibilidade de o problema ter
ocorrido em decorrência de um
desvio de veículos para o local,
após um acidente na rodovia Dutra. A concessionária NovaDutra,
que administra a rodovia, nega
que o elevado, que ficaria a seis
quilômetros do local do acidente,
tenha sido afetado pelo desvio.
Em tese, o desnível no elevado
Aricanduva surgiu provavelmente pelo tráfego de um veículo ou
mais com carga superior a 36 toneladas, a capacidade do viaduto.
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