São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2000

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VIAS PÚBLICAS
Desnível de 30 centímetros em elevado que dá acesso à av. Aricanduva vai piorar trânsito na zona leste
Viaduto cede e é interditado por 90 dias

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um problema causado supostamente pelo tráfego de veículos com excesso de carga causou ontem a interdição do viaduto Engenheiro Alberto Badra (zona leste de SP). A interdição deve durar 90 dias e complicar ainda mais o trânsito em toda a região.
O viaduto interditado é mais conhecido como elevado Aricanduva, tem 1.700 metros de extensão e é uma das principais vias de acesso para quem sai, por exemplo, da marginal Tietê e da rodovia Fernão Dias em direção à zona leste da cidade (ou vice-versa).
Com a interdição, pelo menos 110 mil veículos que usavam o viaduto diariamente terão que usar caminhos alternativos, segundo os dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
A interdição causará reflexo no trânsito de toda a região, principalmente nas avenidas Aricanduva e Salim Farah Maluf, Radial Leste, marginal Tietê e até na rodovia Fernão Dias .
Orientação divulgada ontem pela CET sugere que as avenidas Aricanduva e Salim Farah Maluf e a Radial Leste sejam evitadas pelos motoristas no horário de pico para evitar que congestionamentos, como o registrado ontem, voltem a ocorrer (leia texto nesta página e veja quadro com caminhos alternativos na região).

Sustentação
O elevado Aricanduva foi interditado ontem às 12h45, após ter sido esmagado o chamado aparelho de apoio de um dos pilares que sustentam a via, onde há junção do asfalto. Nesses trechos de junção, há normalmente um desnível de dois centímetros entre um "asfalto" (tabuleiro) e outro.
Com o problema de ontem, surgiu um desnível de cerca de 30 centímetros no asfalto do viaduto. É como se tivesse sido construído um muro vertical, com altura de cerca de 30 centímetros, em um trecho do viaduto.
Com o surgimento do desnível, dois carros que passavam pelo viaduto acabaram se chocando contra o asfalto, que não cedeu. Três pessoas ficaram feridas.
Após o acidente, houve pânico entre outros motoristas, que imaginavam que o viaduto poderia ceder ainda mais e cair.
O trânsito na região complicou logo após a interdição. "Normalmente, faço o trecho Parque Novo Mundo-São Mateus em um hora. Só na avenida Aricanduva já estou parado há uma hora", disse ontem à tarde o motorista Hugo José Alves Ribeiro, que usava o viaduto interditado pelo menos duas vezes por dia.
A CET não tem dados do congestionamento registrado na região do viaduto.
De acordo com o superintendente da Secretaria de Vias Públicas, João Bosco Romeiro, o viaduto havia sido inspecionado na semana passada. "O que aconteceu foi uma fatalidade. É como quebrar uma perna. O viaduto não tinha nenhuma deficiência", disse.
Segundo o superintendente, a secretaria faz há cerca de um ano obras de recuperação da estrutura do viaduto, inclusive em aparelhos de apoio de outros pilares que sustentam a via.
Ontem, a prefeitura levantou a possibilidade de o problema ter ocorrido em decorrência de um desvio de veículos para o local, após um acidente na rodovia Dutra. A concessionária NovaDutra, que administra a rodovia, nega que o elevado, que ficaria a seis quilômetros do local do acidente, tenha sido afetado pelo desvio.
Em tese, o desnível no elevado Aricanduva surgiu provavelmente pelo tráfego de um veículo ou mais com carga superior a 36 toneladas, a capacidade do viaduto.



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