DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), e o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, descartaram ontem a possibilidade de que o aumento da tarifa de ônibus da cidade -hoje de R$ 1,40- atinja o valor de R$ 1,91, reivindicado pelos empresários do setor.
"Essa tarifa é absurda e delírio total dos empresários", disse Marta. "De forma nenhuma vai ser esse valor. Primeiro, porque eles [os empresários] não merecem. Segundo, porque a população não pode pagar esse preço", disse o secretário.
O presidente do Transurb (sindicato dos empresários de ônibus), Sérgio Pavani, respondeu com ironia às declarações da prefeita. "Está certo. É um delírio nosso pensar que pela primeira vez iríamos receber o que é real."
Segundo Pavani, mesmo com a promessa de um reajuste, alguns dos empresários não iriam conseguir financiamentos em bancos para pagar hoje a primeira parcela do 13º. Ele disse que, por estarem endividadas, tendo somente um contrato emergencial com a prefeitura, as empresas têm dificuldade de conseguir crédito.
Anteontem, o Transurb propôs que Marta desse às empresas uma carta que servisse como garantia aos bancos. No documento, a prefeitura se comprometeria a repassar diretamente aos bancos a arrecadação da tarifa que daria às empresas. Ontem, ao ser questionada pela Folha sobre a garantia, Marta respondeu: "Nem sei do que você está falando."
Segundo Marta, a prefeitura vai negociar para que o reajuste seja "o menor possível" e vai tentar obter contrapartidas das empresas, como aconteceu no último reajuste (maio de 2001), quando os empresários se comprometeram a renovar mil ônibus.
As tarifas do metrô, dos ônibus intermunicipais e dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também podem sofrer reajuste.
A Secretaria de Estado de Transportes Metropolitanos informou que está sendo feito um estudo de custos, mas que não há definição sobre reajuste.


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