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SAÚDE
Justiça obriga Estado a custear internação
Rio vai pagar UTI particular para bebês
da Sucursal do Rio
A Secretaria Estadual de Saúde
do Rio diz que vai pagar internações particulares de bebês caso os
hospitais públicos não tenham
vagas. Os gastos devem ser divididos com as secretarias municipais
de saúde.
A medida está sendo adotada
em razão de decisão judicial, tomada por causa da morte de cinco
bebês na semana passada na Maternidade Oswaldo Nazareth, no
centro do Rio.
Os bebês morreram infectados
pela bactéria "Enterobacter cloacae". A existência da bactéria estaria relacionada à falta de higiene
de funcionários ou pais. A superlotação da maternidade também
foi outro problema apontado.
Na última sexta-feira, após as
mortes dos cinco bebês, a juíza
Isabel Maria de Figueiredo Souto,
da 24ª Vara Federal, concedeu
uma liminar obrigando os governos federal, estadual e municipal
a solucionarem o problema de falta de leitos em UTIs neonatais. A
decisão vem em resposta à ação
civil pública do Ministério Público de agosto de 1995.
Por essa decisão, os hospitais
públicos estão proibidos de aceitar bebês acima de sua capacidade. Quando a criança não puder
ser atendida em um hospital público, os pais poderão procurar
um hospital particular e ter as
despesas pagas pelo Estado.
Por isso, a Secretaria de Saúde
do Estado anunciou que está autorizando as secretarias municipais da região metropolitana a indicar internações no setor privado nos casos de urgência.
O ministro da Saúde, José Serra,
disse que não acha a situação grave. "É evidente que essas mortes
não nos deixam felizes, mas a situação está sob controle. A mortalidade de recém-nascidos no
Rio caiu no último ano. No município, foram 159 menos mortes
que em 1998. E é o Rio que concentra os atendimentos."
O Ministério Público do Rio se
reúne hoje com o secretário de
Saúde do Estado, Gilson Cantarino, representantes do Cremerj
(Conselho Regional de Medicina
do Estado do Rio) e das secretarias de Saúde de municípios da
Baixada Fluminense para cobrar
medidas de controle.
A reunião será presidida pela
promotora de Justiça Maria Amélia Barreto Peixoto, às 12h.
Na reunião, a promotora pretende obter da Secretaria de Saúde do Estado um cronograma de
medidas que enfrentem o problema da falta de UTIs (Unidades de
Tratamento Intensivo) para recém-nascidos nos hospitais do
Estado e da Baixada.
A Secretaria Estadual de Saúde
confirmou ontem por meio de
nota oficial o que havia anunciado no dia 23: que deverá publicar
ainda nesta semana edital para
compra de equipamentos, visando ampliar a oferta de leitos de
UTIs e UIs (Unidades Intermediárias) neonatais nos hospitais.
Segundo a secretaria, na primeira etapa, 15 maternidades de dez
municípios, incluindo o Rio, serão beneficiadas. Cálculos da Secretaria de Saúde prevêem que,
em aproximadamente três meses,
haverá 202 novos leitos de UTI e
UI neonatais, reduzindo o risco
de infecção hospitalar.
Quando a ampliação tiver terminado, será suspenso o pagamento de internações particulares para pacientes públicos.
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