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Existe risco no Réveillon, diz secretário
Questionado sobre eventuais ataques na festa, Roberto Precioso Júnior afirmou "existe, esse risco é permanente"
Os comandos das polícias Militar e Civil anunciaram que a segurança terá acréscimo de 20% no efetivo relação ao ano passado
ANTÔNIO GOIS
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Segurança
Pública do Estado do Rio, Roberto Precioso Júnior, disse de
manhã que as festas do Réveillon no Rio estão sob risco.
"Existe, esse risco é permanente", respondeu ele quando
questionado em entrevista no
auditório da Secretaria de Segurança (região central do Rio)
sobre as ameaças ao Réveillon,
especialmente em relação à
tradicional queima de fogos na
orla de Copacabana (zona sul),
que reúne milhares de pessoas.
Logo em seguida, Precioso
Júnior procurou minimizar o
efeito de sua declaração, ao
afirmar que as polícias Militar e
Civil estarão preparadas para
reprimir os criminosos.
"Quero tranqüilizar a população, porque a polícia está
atuando efetivamente em cima
desse caso e o que tiver disponível nós vamos fazer em prol da
população do Rio", afirmou ele,
que é delegado da Polícia Federal e estava, na entrevista, ladeado pelo comandante da PM,
coronel Hudson de Aguiar, e
pelo chefe de Polícia Civil, delegado Ricardo Hallak.
Os comandos das polícias
anunciaram ontem que a segurança no Réveillon terá acréscimo de 20% no efetivo em relação ao ano passado. Negaram,
no entanto, que isso tenha sido
decidido por causa dos ataques.
Em todo o Estado, a PM irá
colocar 14.234 soldados nas
ruas, enquanto a Polícia Civil
contará com 6.500 homens.
O policiamento na orla contará com helicópteros e lanchas, além de carros, reboques
e motos. Também haverá, segundo a PM, reforço no policiamento nas principais vias de
acesso à cidade e em estações
de metrô. A Polícia Civil anunciou ainda reforço em todas as
unidades policiais com presos.
Segundo o coronel Aguiar,
essa estratégia já estava decidida antes dos ataques e é basicamente a mesma de 2005, considerada por ele como tendo êxito. "Esse planejamento foi feito
anteriormente aos fatos da madrugada. Acreditamos que isso
não vai se repetir por causa das
medidas que estamos tomando
a partir de hoje [ontem] para
prevenir novos ataques."
O delegado Hallak disse, no
entanto, que o planejamento
anunciado ontem pode mudar
caso novos fatos sejam registrados nos próximos dias.
Hotéis
De acordo com cálculos da
ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - Rio
de Janeiro), a ocupação no Réveillon seria 15% menor neste
ano em relação a 2005 em razão da crise dos aeroportos e da
menor oferta de vôos internacionais da Varig.
Por conta do prognóstico negativo, o setor investiu em campanhas para trazer turistas rodoviários e conseguiu reduzir
para 5% a queda nas reservas
para o final de ano. A expectativa é atingir uma ocupação de
88% na rede hoteleira do Rio.
Com os ataques, porém, o setor já estima um resultado pior.
"A ocupação pode ser menor, se
não tiver um controle imediato
da situação", disse Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ.
De acordo com ele, desde a
manhã de ontem, as centrais de
reservas dos hotéis receberam
centenas de chamadas para saber o que estava acontecendo
na cidade, mas ainda não houve
cancelamentos em massa.
Colaborou PEDRO SOARES , da Sucursal do Rio
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