São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

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Existe risco no Réveillon, diz secretário

Questionado sobre eventuais ataques na festa, Roberto Precioso Júnior afirmou "existe, esse risco é permanente"

Os comandos das polícias Militar e Civil anunciaram que a segurança terá acréscimo de 20% no efetivo relação ao ano passado

ANTÔNIO GOIS
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, Roberto Precioso Júnior, disse de manhã que as festas do Réveillon no Rio estão sob risco. "Existe, esse risco é permanente", respondeu ele quando questionado em entrevista no auditório da Secretaria de Segurança (região central do Rio) sobre as ameaças ao Réveillon, especialmente em relação à tradicional queima de fogos na orla de Copacabana (zona sul), que reúne milhares de pessoas.
Logo em seguida, Precioso Júnior procurou minimizar o efeito de sua declaração, ao afirmar que as polícias Militar e Civil estarão preparadas para reprimir os criminosos.
"Quero tranqüilizar a população, porque a polícia está atuando efetivamente em cima desse caso e o que tiver disponível nós vamos fazer em prol da população do Rio", afirmou ele, que é delegado da Polícia Federal e estava, na entrevista, ladeado pelo comandante da PM, coronel Hudson de Aguiar, e pelo chefe de Polícia Civil, delegado Ricardo Hallak.
Os comandos das polícias anunciaram ontem que a segurança no Réveillon terá acréscimo de 20% no efetivo em relação ao ano passado. Negaram, no entanto, que isso tenha sido decidido por causa dos ataques. Em todo o Estado, a PM irá colocar 14.234 soldados nas ruas, enquanto a Polícia Civil contará com 6.500 homens.
O policiamento na orla contará com helicópteros e lanchas, além de carros, reboques e motos. Também haverá, segundo a PM, reforço no policiamento nas principais vias de acesso à cidade e em estações de metrô. A Polícia Civil anunciou ainda reforço em todas as unidades policiais com presos. Segundo o coronel Aguiar, essa estratégia já estava decidida antes dos ataques e é basicamente a mesma de 2005, considerada por ele como tendo êxito. "Esse planejamento foi feito anteriormente aos fatos da madrugada. Acreditamos que isso não vai se repetir por causa das medidas que estamos tomando a partir de hoje [ontem] para prevenir novos ataques." O delegado Hallak disse, no entanto, que o planejamento anunciado ontem pode mudar caso novos fatos sejam registrados nos próximos dias.

Hotéis
De acordo com cálculos da ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - Rio de Janeiro), a ocupação no Réveillon seria 15% menor neste ano em relação a 2005 em razão da crise dos aeroportos e da menor oferta de vôos internacionais da Varig. Por conta do prognóstico negativo, o setor investiu em campanhas para trazer turistas rodoviários e conseguiu reduzir para 5% a queda nas reservas para o final de ano. A expectativa é atingir uma ocupação de 88% na rede hoteleira do Rio.
Com os ataques, porém, o setor já estima um resultado pior. "A ocupação pode ser menor, se não tiver um controle imediato da situação", disse Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ. De acordo com ele, desde a manhã de ontem, as centrais de reservas dos hotéis receberam centenas de chamadas para saber o que estava acontecendo na cidade, mas ainda não houve cancelamentos em massa.


Colaborou PEDRO SOARES , da Sucursal do Rio

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