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Estátua de Drummond ganha óculos novos e uma câmera contra vandalismo
JOÃO PEQUENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Reformada ontem, a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), na praia de Copacabana (zona sul do Rio), iniciará
2010 com visual renovado e a
expectativa de deixar no passado as oito depredações sofridas desde sua inauguração,
em 2002.
Como vem acontecendo
nesses sete anos, a escultura
de bronze, assinada pelo artista mineiro Leo Santana, recebeu de volta seus óculos,
parte mais frágil da estrutura
e, consequentemente, mais
exposta. A diferença, desta
vez, é que a nova reforma veio
acompanhada pela instalação
de uma câmera de vigilância,
para tentar inibir os atos de
vandalismo ou identificar
seus autores, o que, até hoje,
nunca aconteceu.
Ao contrário das diversas
câmeras espalhadas pela
Atlântica, voltadas principalmente para a coordenação do
trânsito, a que foi instalada
ontem terá função exclusiva
de vigiar a estátua de Drummond. Mesmo assim, será
operada pela CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego), que tem o sistema de
monitoramento na orla.
A instalação custou R$ 27
mil, e a reposição dos óculos
ficou em R$ 3.000, tudo pago
pela Essilor Brasil, fabricante
das lentes multifocais para
óculos Varilux, que, no ano
passado, "adotou" a estátua.
"Pagamos muito mais pela
câmera, mas é melhor do que
ficar reconstruindo os óculos
duas, três vezes por ano", resumiu o presidente da empresa, Thomaz Bayer.
A notícia da reforma atraiu
diversos turistas para tirar fotos com o poeta de óculos novos. "Vimos na TV e viemos",
contou o professor de direito
Benigno Cavalcante, 52, de
Foz do Iguaçu (PR).
Moradora de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul,
a estudante Karen Wierland,
17, lembra que "todo mundo
de lá que vinha ao Rio falava
para tirar foto com a estátua
do Drummond".
Para Valdecir Santos, 48,
responsável pela reforma, as
depredações acontecem "por
molecagem", pois o valor de
mercado do bronze não valeria o roubo. "Dá uns 400 gramas, o quilo deve estar valendo, não sei, uns R$ 8, ninguém
ganha dinheiro com isso",
avaliou o artesão, que levou
15 dias para fazer os óculos e
"meia hora" para soldá-los à
estátua do poeta.
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