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Pai diz que permitirá que avó visite Sean
Em nova entrevista à NBC, David Goldman disse que, ao ver Silvana Bianchi, afirmou: "não farei com você o que você fez comigo"
Família brasileira estuda pedir ajuda do Itamaraty para rever Sean e afirma que retorno dele aos EUA não encerra o processo judicial no Brasil
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O norte-americano David
Goldman, pai de Sean, disse
que vai permitir que a avó materna do menino, Silvana Bianchi, visite o neto. A informação
foi dada durante entrevista que
foi ao ar ontem, no noticioso
matutino "Today", da emissora
NBC, nos EUA. No mesmo programa, a advogada dos Goldman diz estar esperando um
contato dos brasileiros.
Ao falar sobre Bianchi, David
disse que os dois teriam conversado no Consulado dos EUA
no Rio, quando a custódia do
menino foi passada da família
da mãe para o pai, na quinta
passada. "Ela me disse: "Você
vai permitir que eu veja ele?'",
relatou o pai à apresentadora
Meredith Vieira. "Eu olhei para
ela e disse: "Não vou fazer com
você o que você fez comigo"."
O norte-americano diz que
fez uma exigência à avó. "Agora
você vai ter de dizer a ele que se
lembra de quão bom pai eu era
e que você sabe que eu continuarei a ser um bom pai." Então, David disse a ter abraçado.
"Ele [Sean] precisava ver isso",
concluiu. Na entrevista, o menino aparece jogando basquete
com o avô paterno e um dos primos, e o pai diz que no Natal
eles foram ao parque Disney
World, na Flórida.
Na entrevista, David diz que
Sean ainda não o chamou de
pai. "Na verdade, ele ainda não
me chamou de nada", disse.
"Eu acho que ele ainda está
pensando sobre isso. Eu disse:
"Você pode me chamar de papai". E ele não disse nada."
A família brasileira de Sean,
segundo a Folha apurou, estuda pedir apoio do Itamaraty ou
da Secretaria Especial de Direitos Humanos, vinculada à Presidência, para tentar obter o direito de visitar o menino.
Não há previsão de quando o
pedido será feito. Caso o governo brasileiro não coopere, a família poderá contratar um advogado para representá-los
junto à Justiça americana.
Em nota divulgada ontem, os
advogados da família afirmaram que o retorno do menino
aos EUA não encerra o processo judicial no Brasil, já que a 1ª
Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) ainda terá que
analisar o pedido para que o
menino seja ouvido em juízo.
Até agora, a questão foi analisada apenas pelo ministro
Marco Aurélio Mello, que concedeu liminar favorável ao pleito, e pelo presidente do STF,
ministro Gilmar Mendes, que
concedeu outra liminar anulando a decisão do colega.
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