São Paulo, terça-feira, 29 de dezembro de 2009

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Pai diz que permitirá que avó visite Sean

Em nova entrevista à NBC, David Goldman disse que, ao ver Silvana Bianchi, afirmou: "não farei com você o que você fez comigo"

Família brasileira estuda pedir ajuda do Itamaraty para rever Sean e afirma que retorno dele aos EUA não encerra o processo judicial no Brasil

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

O norte-americano David Goldman, pai de Sean, disse que vai permitir que a avó materna do menino, Silvana Bianchi, visite o neto. A informação foi dada durante entrevista que foi ao ar ontem, no noticioso matutino "Today", da emissora NBC, nos EUA. No mesmo programa, a advogada dos Goldman diz estar esperando um contato dos brasileiros.
Ao falar sobre Bianchi, David disse que os dois teriam conversado no Consulado dos EUA no Rio, quando a custódia do menino foi passada da família da mãe para o pai, na quinta passada. "Ela me disse: "Você vai permitir que eu veja ele?'", relatou o pai à apresentadora Meredith Vieira. "Eu olhei para ela e disse: "Não vou fazer com você o que você fez comigo"."
O norte-americano diz que fez uma exigência à avó. "Agora você vai ter de dizer a ele que se lembra de quão bom pai eu era e que você sabe que eu continuarei a ser um bom pai." Então, David disse a ter abraçado. "Ele [Sean] precisava ver isso", concluiu. Na entrevista, o menino aparece jogando basquete com o avô paterno e um dos primos, e o pai diz que no Natal eles foram ao parque Disney World, na Flórida.
Na entrevista, David diz que Sean ainda não o chamou de pai. "Na verdade, ele ainda não me chamou de nada", disse. "Eu acho que ele ainda está pensando sobre isso. Eu disse: "Você pode me chamar de papai". E ele não disse nada."
A família brasileira de Sean, segundo a Folha apurou, estuda pedir apoio do Itamaraty ou da Secretaria Especial de Direitos Humanos, vinculada à Presidência, para tentar obter o direito de visitar o menino.
Não há previsão de quando o pedido será feito. Caso o governo brasileiro não coopere, a família poderá contratar um advogado para representá-los junto à Justiça americana.
Em nota divulgada ontem, os advogados da família afirmaram que o retorno do menino aos EUA não encerra o processo judicial no Brasil, já que a 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) ainda terá que analisar o pedido para que o menino seja ouvido em juízo.
Até agora, a questão foi analisada apenas pelo ministro Marco Aurélio Mello, que concedeu liminar favorável ao pleito, e pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que concedeu outra liminar anulando a decisão do colega.


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