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Casa das Retortas irá abrigar o Museu de História de SP
Obra deve ficar pronta em março de 2010; ideia é ter polo cultural na região
Custo previsto é de até
R$ 52 milhões; além da área do acervo, o conjunto irá contar com restaurante, livraria e lanchonete
Fernando Donasci/Folha Imagem
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Fachada da antiga Casa das Retortas, prédio tombado de arquitetura industrial do final do século 19 localizado na r. do Gasômetro
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A antiga Casa das Retortas,
prédio tombado de arquitetura
industrial do final do século 19,
localizado na rua do Gasômetro, no Brás (região central de
São Paulo), será transformado
no Museu de História do Estado de São Paulo.
A iniciativa faz parte de um
projeto do governo do Estado
de transformar a região em um
polo cultural. A poucos metros
dali, no antigo Palácio das Indústrias, prédio que já serviu de
sede para a prefeitura paulistana e que hoje está totalmente
abandonado, um outro museu
será inaugurado em março -o
Espaço Catavento, que terá
aparelhos interativos voltados
ao conhecimento científico.
Um decreto do governador
José Serra (PSDB), publicado
ontem no "Diário Oficial" do
Estado, fez com que a área da
Casa das Retortas, até então
pertencente à Emurb (Empresa Municipal de Urbanização),
passasse para a administração
estadual, que se responsabilizará pela criação do museu. Até
o final de 2008, a área era candidata a abrigar o Museu da Televisão Brasileira, que, por ora,
está sem endereço definido.
A previsão é que o museu fique pronto até março do próximo ano, a um custo de até R$ 52
milhões. O terreno, de 19.865
m2, terá ainda um centro de
pesquisa histórica, com documentos dos governos paulistas
anteriores disponíveis para
consulta pública. Livraria, restaurante e lanchonete também
devem integrar o conjunto.
"[O acervo] ainda está sendo
desenvolvido. Irá contar a história do Estado, econômica, social, sua demografia, enfim, o
que nós somos", afirmou Ronaldo Bianchi, secretário-adjunto de Cultura.
A elaboração do acervo e a
curadoria do museu ficarão a
cargo do escritor e jornalista
Roberto Pompeu de Toledo. O
projeto terá ainda a participação do também escritor e jornalista Jorge Caldeira. Já o
projeto de restauração do edifício ficará sob responsabilidade
do arquiteto Paulo Bastos, que
já foi presidente do Condephaat, órgão estadual de preservação do patrimônio.
A Casa das Retortas foi construída para abrigar a segunda
usina de gás de carvão da cidade, combustível que era usado
para a iluminação pública antes que as ruas de São Paulo
contassem com luz elétrica. Essa função acabou rendendo o
nome ao edifício -retorta é o
recipiente que recebe o carvão
para produzir o gás.
Revitalização
Enquanto governo do Estado
e prefeitura se empenham em
criar projetos de revitalização
para a área do parque Dom Pedro 2º, a região continua ocupada por moradores de rua e
com lixo acumulado.
O local abriga os edifícios São
Vito e Mercúrio, hoje totalmente deteriorados. O São Vito, que tem os vidros quebrados
e todo seu exterior pichado, está fechado. Já seu vizinho Mercúrio ainda está em processo de
desocupação -ontem a reportagem presenciou moradores
entrando no prédio. Ambos devem ser demolidos para a construção de uma praça, mas a proximidade do Mercado Municipal, que tem vitrais tombados,
dificulta essa operação.
No trecho da avenida do Estado onde estão os dois prédios
estão sendo construídos dois
pontilhões que ligarão as margens do rio Tamanduateí.
De acordo com a prefeitura,
devem ficar prontos em abril. O
intuito da obra é criar uma alternativa de tráfego para que
seja possível demolir o viaduto
Diário Popular.
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