São Paulo, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

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Casa das Retortas irá abrigar o Museu de História de SP

Obra deve ficar pronta em março de 2010; ideia é ter polo cultural na região

Custo previsto é de até R$ 52 milhões; além da área do acervo, o conjunto irá contar com restaurante, livraria e lanchonete

Fernando Donasci/Folha Imagem
Fachada da antiga Casa das Retortas, prédio tombado de arquitetura industrial do final do século 19 localizado na r. do Gasômetro

MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

A antiga Casa das Retortas, prédio tombado de arquitetura industrial do final do século 19, localizado na rua do Gasômetro, no Brás (região central de São Paulo), será transformado no Museu de História do Estado de São Paulo.
A iniciativa faz parte de um projeto do governo do Estado de transformar a região em um polo cultural. A poucos metros dali, no antigo Palácio das Indústrias, prédio que já serviu de sede para a prefeitura paulistana e que hoje está totalmente abandonado, um outro museu será inaugurado em março -o Espaço Catavento, que terá aparelhos interativos voltados ao conhecimento científico.
Um decreto do governador José Serra (PSDB), publicado ontem no "Diário Oficial" do Estado, fez com que a área da Casa das Retortas, até então pertencente à Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), passasse para a administração estadual, que se responsabilizará pela criação do museu. Até o final de 2008, a área era candidata a abrigar o Museu da Televisão Brasileira, que, por ora, está sem endereço definido.
A previsão é que o museu fique pronto até março do próximo ano, a um custo de até R$ 52 milhões. O terreno, de 19.865 m2, terá ainda um centro de pesquisa histórica, com documentos dos governos paulistas anteriores disponíveis para consulta pública. Livraria, restaurante e lanchonete também devem integrar o conjunto.
"[O acervo] ainda está sendo desenvolvido. Irá contar a história do Estado, econômica, social, sua demografia, enfim, o que nós somos", afirmou Ronaldo Bianchi, secretário-adjunto de Cultura.
A elaboração do acervo e a curadoria do museu ficarão a cargo do escritor e jornalista Roberto Pompeu de Toledo. O projeto terá ainda a participação do também escritor e jornalista Jorge Caldeira. Já o projeto de restauração do edifício ficará sob responsabilidade do arquiteto Paulo Bastos, que já foi presidente do Condephaat, órgão estadual de preservação do patrimônio.
A Casa das Retortas foi construída para abrigar a segunda usina de gás de carvão da cidade, combustível que era usado para a iluminação pública antes que as ruas de São Paulo contassem com luz elétrica. Essa função acabou rendendo o nome ao edifício -retorta é o recipiente que recebe o carvão para produzir o gás.

Revitalização
Enquanto governo do Estado e prefeitura se empenham em criar projetos de revitalização para a área do parque Dom Pedro 2º, a região continua ocupada por moradores de rua e com lixo acumulado.
O local abriga os edifícios São Vito e Mercúrio, hoje totalmente deteriorados. O São Vito, que tem os vidros quebrados e todo seu exterior pichado, está fechado. Já seu vizinho Mercúrio ainda está em processo de desocupação -ontem a reportagem presenciou moradores entrando no prédio. Ambos devem ser demolidos para a construção de uma praça, mas a proximidade do Mercado Municipal, que tem vitrais tombados, dificulta essa operação.
No trecho da avenida do Estado onde estão os dois prédios estão sendo construídos dois pontilhões que ligarão as margens do rio Tamanduateí.
De acordo com a prefeitura, devem ficar prontos em abril. O intuito da obra é criar uma alternativa de tráfego para que seja possível demolir o viaduto Diário Popular.


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