São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Pesca fantasma

Limpeza do fundo da Laje de Santos retira 150 kg de materiais de pesca perdidos no mar

Marco Martha/Zmar Dive
Tartaruga-verde (Chelonia mydas) passeia no fundo da Laje de Santos durante o mergulho de limpeza

VANESSA CORREA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pedaços de redes e linhas com anzóis, perdidos ou abandonados por pescadores, continuam pescando no fundo do mar. Um peixe preso ou fisgado vira isca, atrai outros peixes ou seres marinhos como tartarugas, em um ciclo interminável de "pesca fantasma".
Para evitar que isso ocorra, na última quinta, cerca de 20 mergulhadores, pesquisadores e estudantes, reunidos por uma parceria entre a Fundação Florestal e o Instituto de Pesca -ambos do governo do Estado-, retiraram do fundo da Laje de Santos cerca de 150 kg de petrechos de pesca perdidos.
Seria um pouco mais, não tivesse sido deixada no fundo uma bateria de automóvel. Ela será removida depois da eclosão dos ovos da donzela-de-fogo, que cuidava bravamente da futura prole.
Em janeiro de 2010, na primeira limpeza, foram 350 kg.
Além de ajudar conservar a fauna marinha, a limpeza, uma ação pioneira no Brasil, mantém a beleza da laje, um dos melhores pontos de mergulho do país.
Ao ano, cerca de 4.000 pessoas mergulham ali. Nesses mergulhos, os instrutores já começam o mapeamento dos objetos perdidos.
Para otimizar a ação, possíveis materiais são rastreados com um sonar antes do mergulho de limpeza.
A Folha acompanhou a retirada de restos de cordas amarrados em uma pedra, âncora improvisada que pode ter servido para segurar no fundo linhas com anzóis.
O mergulhador pegou a rocha que estava em um vão do fundo e a colocou sobre uma superfície mais plana. Depois de retirar as cordas com uma faca, colocou a pedra de volta ao lugar de origem.
Tudo foi feito com muito cuidado, para não prejudicar corais e outros organismos que se desenvolvem ali.
A limpeza submarina também ajuda a entender qual tipo de pesca é feita no local, o que melhora a fiscalização do parque marinho da Laje de Santos, área de 500 hectares onde a pesca é proibida.


Texto Anterior: Informal, alerta evita tragédia em cidade de SC
Próximo Texto: Mortes
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.