São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2000


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Pittagate paralisa Câmara de São Paulo

SÍLVIA FREIRE
da Folha Online

A discussão sobre a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Pittagate, os sucessivos abandonos de plenário da bancada governista e o processo de impeachment do prefeito Celso Pitta (PTN) estão atrasando o andamento dos trabalhos da Câmara Municipal.
Há mais de duas semanas que nada é votado no Legislativo municipal. Estão na fila, aguardando votação, 190 vetos do prefeito a projetos já aprovados na Câmara e quase 2.000 novos projetos. Entre eles está o PDV (Programa de Demissões Voluntárias) do funcionalismo municipal.
Com as discussões em torno da CPI e do impeachment do prefeito e a polarização entre as bancadas de situação e oposição, não há ambiente político na Câmara para acordos entre os partidos. Com isso, fica prejudicado o acordo entre os líderes dos partidos para convocação de sessões extraordinárias para a aprovação de novos projetos ou a derrubada de vetos.
Como os vetos dados pelo prefeito têm prioridade de votação nas sessões ordinárias da Câmara, e os vereadores não conseguem dar conta de votá-los, a única alternativa para a aprovação de novos projetos é a instalação de sessões extraordinárias.
Ou seja, sem acordo entre os partidos, não é possível aprovar nada na Câmara Municipal.
O veto que está em primeiro lugar na fila de votação é de um projeto de 93, apresentado pelo vereador Adriano Diogo (PT). O projeto, aprovado na Câmara e vetado pelo prefeito, trata da coleta seletiva de lixo.
O projeto que está em primeiro lugar na fila de votação também é de 93. Ele foi apresentado pelo ex-prefeito Paulo Maluf e prevê mudanças na lei, feita durante a gestão da ex-prefeita Luiza Erundina, que permite o afastamento de servidores municipais para frequentar cursos de graduação e pós-graduação em administração.
Para o vereador Carlos Neder (PT), as discussões em torno do escândalo na administração municipal não chegam a atrapalhar os trabalhos, "pois eles já estão paralisados há muito tempo".


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