UOL


São Paulo, domingo, 30 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Família de preso morto sustenta caixa do PCC

CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Mesmo depois de morto, um ex-detento ainda paga regalias e sustenta o caixa de presos ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no complexo Campinas-Hortolândia.
Ele foi assassinado no início do ano, em uma briga. Apesar disso, o pai do detento continua desembolsando R$ 50 mensais a seus credores, que estão na prisão.
A conta em que o pai de A. faz o depósito é uma das 40 abertas supostamente pelo PCC para extorquir dinheiro de familiares de presos, segundo apurações do Ministério Público Estadual, da Vara de Execuções Criminais e da Polícia Civil, em Campinas. A Justiça concedeu a quebra do sigilo bancário das contas a pedido da Promotoria.
Os depósitos feitos nessas contas são mensais e em valores pequenos: de R$ 30 a até, no máximo, R$ 100. Pelo menos uma das contas investigadas recebe o depósito de 40 pessoas por mês. Em um mês, foram coletados no mínimo R$ 1.200. Segundo as investigações, as contas são abertas normalmente em nome de "laranjas", com documentos falsos.
O grupo de repressão ao crime organizado do Ministério Público em Campinas apura a possibilidade de esses depósitos estarem ajudando a financiar ações criminosas da facção fora dos presídios.

Texto Anterior: Crime organizado: Equipe de trabalho deverá unir Poderes
Próximo Texto: Mortes
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.