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Política de bônus para professores divide pesquisadores
Em greve há três semanas, os docentes não têm aumento desde 2008; reajustes ficaram abaixo da inflação nos últimos cinco anos
Para alguns, bônus beneficia só os que já possuem boas condições de trabalho; outros dizem que categoria será forçada a melhorar
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A política do governo de São
Paulo de conceder reajuste salarial apenas aos professores
bem avaliados divide os pesquisadores da área.
Uma ala diz que a lógica beneficia apenas os que já possuem boas condições de trabalho. Outra defende que os educadores serão forçados a melhorar.
Em greve há três semanas, os
docentes estaduais não ganham
aumento desde 2008. E nos últimos cinco anos os reajustes ficaram abaixo da inflação.
A Secretaria da Educação diz
que os gastos com a folha salarial já são muito altos (cerca de
70% de todo o orçamento da
pasta) e que prefere conceder
dinheiro extra aos servidores
de escolas que melhorem os indicadores de qualidade ou que
passem em exames.
Desde 2005 (quando receberam aumento de 15%) os professores das escolas estaduais
paulistas ganharam apenas um
reajuste, de 5%, em 2008. A inflação nos últimos cinco anos
foi de 22% (IPCA-IBGE).
Hoje, os salários dos professores variam de R$ 1.834 a R$
3.181 (para 40 horas semanais).
Para os sindicatos, os salários
estão "sucateados". O movimento reivindica aumento de
34,3%, índice que recuperaria
as perdas desde 1998.
O governo José Serra (PSDB)
afirma que a situação não é
ruim como dizem os sindicalistas, pois houve incorporações
de gratificações (que beneficiam sobretudo os aposentados) e implementação do bônus por desempenho, pago em
uma parcela a servidores de
73% das escolas (a maioria ganhou de R$ 2.500 a R$ 5.000).
Foram beneficiados os colégios que melhoraram em um
ano o desempenho no indicador de qualidade ou ficaram
acima da média da rede.
O governo também adotou
programa que eleva o teto a R$
6.270, desde que o servidor, ao
final da carreira, tenha sido
aprovado em quatro exames.
"Não suportaríamos o aumento pedido pelos sindicatos.
Por isso estamos com política
de bônus, de promoções", afirmou o secretário-adjunto da
Educação, Guilherme Bueno.
A pasta diz que, se concedido
o reajuste, faltariam recursos
para ações como manutenção
de escolas ou compra de materiais (a folha salarial passaria a
86% do orçamento da pasta).
A secretaria afirma ainda que
os recursos destinados a pagamento dos servidores cresceu
33% desde 2005, devido a incorporações de gratificação,
contratações e pagamento de
benefícios como quinquênios.
A resolução da greve está em
um impasse. O governo afirma
que não negocia com a categoria enquanto houver paralisação. Os sindicatos dizem que
não acabam o protesto enquanto não houver reajuste. Amanhã haverá assembleia da categoria na avenida Paulista, juntamente com um protesto contra Serra -que deixa o governo
para concorrer à Presidência.
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