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MEGAINCÊNDIO 3
Aeronaves e veículos servem para localizar focos e abrir caminho até eles no meio da selva amazônica
Combate ao fogo exige trator e helicóptero
do enviado especial
A ação de bombeiros amazonenses e mineiros ontem de manhã na
região do Caracaraí, onde o fogo
se intensificou no fim-de-semana,
exigiu trator para abrir trilha na
floresta amazônica e o apoio de
um helicóptero da PM de Minas,
equipado com Bambi Buckett (espécie de balde que lança água sobre os focos).
A Folha acompanhou a ação do
começo ao fim. O combate começou às 11h e mostrou a dificuldade
de se apagar o fogo no meio de
uma floresta. O trator demorou
uma hora para abrir a trilha de três
metros de largura até o local próximo do foco de incêndio.
Atrás do trator vinham bombeiros que usavam enxadas e facões
para cortar os galhos não destruídos e que poderiam furar os pneus
do carro de bombeiros e do caminhão do Exército que vinham logo
atrás.
Próximo ao fogo, os bombeiros
usaram facões e moto-serras para
vencer a mata fechada. O incêndio
foi debelado com abafadores.
Durante trajeto, os bombeiros
iam cantando toadas folclóricas
do boi-bumbá amazonense e refrões improvisados, como: "Lá se
vai outra picada no meio dessa
queimada".
Em meio ao combate difícil, os
bombeiros ainda encontravam
tempo para brincar. Um deles disse que estava precisando de um
cachorro-quente e de uma Coca-Cola e que achava que ia encontrar a comida em alguma aldeia por perto.
A preocupação dos bombeiros é
não deixar que algum deles se perca na floresta. Por isso, vão gritando a sequência de seus números.
Se um pelotão é formado por 12
combatentes, gritam de tempos
em tempos: "um, dois, três...", até
chegar ao 12º.
Também é na base do grito que
grupos diferentes de homens se localizam em meio à selva. "Amazônia", grita um grupo. "Selva", responde outro. O helicóptero, além
de jogar água em alguns focos,
monitora o deslocamento dos
bombeiros em terra.
Depois da ação contra o fogo,
chega o momento da descontração. Os homens fizeram fila para
tomar uma "chuveirada" na saída
de água do carro de bombeiros.
Alguns utilizam as bombas costais
-galões de água que são carregados nas costas, de onde sai uma
mangueira- para esguichar um
pouco de água no rosto do colega.
(ANDRÉ LOZANO)
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